CAMPEÃO

Napoli encerra jejum de três décadas e conquista primeiro título italiano pós-Maradona

Com a conquista deste ano, o Napoli chegou a sua terceira conquista nacional (1986/87, 1989/90, 2022/23)

A espera do Napoli acabou. Depois de mais de três décadas, o time voltou a conquistar nesta quinta-feira (4) o título do Campeonato Italiano, o terceiro da história do clube e o seu primeiro da Serie A desde a geração do ídolo Diego Armando Maradona.

Com cinco rodadas de antecedência, a equipe napolitana assegurou o troféu ao buscar um empate com a Udinese, fora de casa, por 1 a 1.

Coube ao artilheiro Victor Osimhen, 24, comprado há três anos por 70 milhões de euros (R$ 384 milhões), marcar já na etapa final o 22º gol dele no torneio, suficiente para coroar a campanha quase irretocável da formação que chegou aos 80 pontos em 33 partidas —16 a mais do que a Lazio, a segunda colocada.

Goleador máximo do campeonato, o camisa 9 teve tranquilidade para marcar num momento em que seus companheiros não conseguiam repetir as boas atuações que tiveram ao longo da competição.

Depois de desperdiçar em casa, na última rodada, a chance de assegurar o caneco, o Napoli parecia sentir a ansiedade pelo título. Tanto que, com apenas 13 minutos, sofreu o gol de Sandi Lovrić, que abriu o placar no estádio Friuli, no norte da Itália.

Buscar o ponto de que precisava, porém, deu à torcida napolitana a emoção final antes de a euforia tomar conta.

Desde que o time disparou na liderança do campeonato, praticamente a cidade inteira de Nápoles, no sul do país, mobilizou-se para comemorar a conquista nacional.

Enquanto cerca de 13 mil torcedores napolitanos viajaram mais de 800 km para acompanhar a equipe em Udine, mais 60 mil lotaram as arquibancadas do estádio Diego Armando Maradona, onde oito telões foram instalados, sem contar o número ainda inestimável de fãs espalhados em vários pontos da cidade.

Locais tradicionais, como a rua dos pastores, também foram decorados com estátuas de todo o elenco do Napoli, incluindo o técnico Luciano Spalletti. Aos 64 anos, ele se tornou o mais velho treinador coroado na Serie A, superando Maurizio Sarri, campeão aos 61 com a Juventus, em 2020.

Diante de tanta empolgação, as autoridades locais organizaram um grande esquema de segurança, como se o município fosse o palco da decisão do campeonato.

Havia mais de três décadas que a torcida esperava por esse momento, desde a temporada 1989/90, época em que a geração conduzida por Diego Armando Maradona ganhou o “scudetto”.

A espera, desta vez, foi recompensada com um título antecipado. Com 80 pontos somados em 33 jogos, o Napoli confirmou o troféu ainda com cinco jogos para disputar.

Se para o time os duelos restantes serão apenas um compromisso de tabela, para os torcedores será a chance de prolongar a festa.

A antecedência produziu contornos menos dramáticos do que quando Maradona e os brasileiros Alemão e Careca levaram o clube ao título há 33 anos.

Naquela edição, o time assumiu a liderança da tabela somente na penúltima rodada, ao bater o Bologna e acompanhar o Milan ser derrotado pela Verona de forma surpreendente.

Ajudou a conquista a decisão da federação local de dar ao Napoli uma vitória por 2 a 0 sobre a Atalanta. O placar era de 0 a 0, mas Alemão foi atingido na cabeça por uma moeda atirada da arquibancada.

Mesmo que diferentes, porém, os roteiros de cada conquista têm algo em comum: a paixão alucinada dos torcedores, eternizada com as imagens da festa pelo título.