Polícia prende 3 suspeitos de envolvimento em ataque a ônibus do Fortaleza
Membros da organizada do clube pernambucano são suspeitos de envolvimento no ataque ao Fortaleza
PATRÍCIA CALDERÓN
FORTALEZA, CE (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Civil de Pernambuco cumpriu sete mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (15) envolvendo o ataque ao ônibus do Fortaleza. Três pessoas foram presas.
Todos os presos são suspeitos de participação no atentado ao ônibus do Fortaleza, no dia 22 de fevereiro.
Imagens divulgadas pela polícia mostra um dos presos com a camisa do Sport. Membros da organizada do clube pernambucano são suspeitos de envolvimento no ataque ao Fortaleza.
“Somos vítimas deste atentado, e como toda vítima a gente espera que a justiça seja feita. Existe a frase: A justiça tarda, mas não falha. O mais importante que as pessoas já foram identificadas e presas”, afirma Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, para a reportagem.
A operação desta manhã foi denominada “Hooligan”, em menção aos violentos torcedores ingleses.
Os sete mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo juiz da segunda vara do tribunal do júri da Comarca de Jaboatão dos Guararapes.
A operação ainda está em andamento e uma entrevista coletiva da Polícia Civil de Pernambuco deve acontecer ainda nesta sexta-feira (15) para explicar a ação.
“A gente espera que sejam devidamente punidas ao rigor da lei. Se ainda existem outros envolvidos, que sejam identificados e presos, também. Seguimos aqui fazendo o nosso trabalho e o nosso melhor pregando pela paz no futebol”, completou.
O ATAQUE
Torcedores do Sport atacaram o veículo da delegação do Fortaleza na saída da Arena Pernambuco após confronto pela Copa do Nordeste.
Pedras e bombas foram arremessadas contra o ônibus. Os jogadores João Ricardo, Escobar, Titi, Brítez, Lucas Sasha e Dudu ficaram feridos.
O zagueiro Titi precisou passar por cirurgia para tirar estilhaços da panturrilha, inclusive. Outros jogadores tiveram cortes na cabeça e foram hospitalizados.
No último fim de semana, o Fortaleza usou uma camisa branca, com marcas em vermelho, simulando sangue. No lugar em que habitualmente está o nome e o número em uma camisa de jogo estava ‘1,5 centímetros’, alusão a Gonzalo Escobar, que escapou da morte por pouco ao ser atingido na cabeça.
TITI FAZ COBRANÇA À CBF
Titi relatou os momentos vividos dentro do ônibus e cobrou punição aos envolvidos. O zagueiro precisou passar por cirurgia para tirar um estilhaço de vidro da panturrilha.
Os jogadores afirmaram que não foram procurados pela CBF depois de mais um lamentável episódio de violência no futebol brasileiro. No dia do ataque, a entidade divulgou nota oficial e repudiou o acontecido.
“Muitos gritos, jogadores sangrando. Se passaram muitos dias, e daria para se descobrir quem foi. Era um ajudando o outro, o nosso presidente tomou um susto. A gente não sabia o que fazer. A minha dor era pequena, me pus a tentar ajudar”, disse Titi em entrevista ao programa Esporte Espetacular.
“Peço que sejam criadas leis, para proteger também os torcedores, para que eles voltem a ir aos estádios. Queremos uma conversa com o presidente Ednaldo. Daqui a algumas semanas vai ter o encontro dos capitães com ele, que esse tema seja debatido”, afirmou o jogador.