SELEÇÃO

Seleção brasileira começa novo ciclo para Copa do Mundo com problemas no gol

Alisson e Ederson, principais nomes de goleiros no Brasil não vivem seus melhores momento na Europa

Alisson em treino da seleção brasileira. Foto: Lucas Figueiredo - CBF

Setor com menor preocupação ao longo dos mais de seis anos de Era Tite, o gol da seleção brasileira inicia o ciclo para a Copa do Mundo de 2026 em crise. Titular absoluto desde 2016, Alisson cometeu duas falhas gritantes pelo Liverpool nos últimos dois meses. Ederson, seu reserva imediato na seleção, também passa por má fase e falhou na semana passada no gol de empate do RB Leipzig diante de seu Manchester City, pela Liga dos Campeões da Europa. Assim, caberá ao interino Ramon Menezes decidir se banca a permanência da dupla para o amistoso com o Marrocos, no fim do mês, ou se começa a abrir caminho para o futuro técnico da seleção eleger o novo camisa 1 do Brasil.

Ramon, técnico campeão do Sul-Americano sub-20, foi escolhido pela CBF para comandar a seleção principal no dia 25, uma vez que a entidade não conseguiu ainda contratar seu novo treinador – o favorito é Carlo Ancelloti, do Real Madrid. É provável que para esse amistoso ele mantenha a base de Tite, e até por isso a manutenção dos goleiros parecia óbvia. Mas o retrospecto recente deles acendeu o sinal amarelo.

Chamado mais de uma vez por Taffarel como “o melhor goleiro do mundo”, Alisson cometeu num intervalo de 45 dias dois erros que dificilmente goleiros menos cotados cometem em anos. Em janeiro, ele tentou sair jogando após uma bola recuada e a entregou nos pés de Gonçalo Guedes, atacante do Wolverhampton, que aproveitou para marcar o gol de empate de sua equipe com o Liverpool pela Copa da Inglaterra. “Não pode acontecer”, disse o técnico Jürgen Klopp após o jogo.

Na semana passada, Alisson falhou de maneira parecida na goleada por 5 a 2 sofrida pelo seu time diante do Real Madrid, pela Champions League. Após bola recuada, ele tentou afastar com um chute para o ataque, mas mandou em cima de Vinicius Jr. A bola entrou direto no gol.

Reserva imediato na seleção, Ederson também vem sendo criticado no Manchester City. Entre as críticas mais ácidas das redes sociais, há quem diga que ele joga melhor com os pés do que com as mãos. Isso porque, diante do RB Leipzig, o goleiro ficou no meio do caminho numa cobrança de escanteio e permitiu que Gvardiol marcasse de cabeça o gol de empate. A indefinição na saída do gol é erro básico, impensável para um goleiro de seleção.

FALTA DE OPÇÕES

Diante do Marrocos, Ramon Menezes pode dar um voto de confiança e manter Alisson e Ederson entre os convocados. Ele também pode optar por Weverton, terceiro goleiro da equipe com Tite e que mantém respeitável regularidade.

A questão é que o titular do Palmeiras dificilmente estará no grupo que disputará a Copa do Mundo de 2026 – é impensável que o Brasil não se classifique, considerando que para o próximo Mundial serão seis vagas diretas e uma de repescagem, com dez seleções em disputa. Afinal, em 2026 Weverton terá 38 anos.

Entre as alternativas, poucos no futebol brasileiro parecem em condições. Cássio é o nome sempre citado, mas é ainda mais velho que Weverton — terá 39 na próxima Copa. Everson, do Atlético, e Santos, do Flamengo, terão 35 e 36, respectivamente. Além disso, a dupla tem sido instável em seus clubes.

Uma possibilidade é Ramon Menezes escolher dois deles por segurança e convocar um terceiro goleiro jovem para compor o grupo. Uma opção seria Mycael, do Athlético. O jogador foi destaque na campanha do título Sul-Americano sub-20, deverá disputar o Mundial em maio. Ele terá 22 anos em 2026.