SONHO!

Goiano viaja dos EUA para Goiânia por 37 horas para ver o Vila Nova ser campeão

O Vila Nova venceu o Anápolis por 3 a 0 e conquistou seu 16º título do Campeonato Goiano, após 20 anos de jejum

Diogo Sobinho com o troféu do Campeonato Goiano conquistado pelo Vila Nova. Foto: Arquivo Pessoal

Os quase 8 mil km entre Goiânia e a cidade de Haviland, no Kansas, EUA, não foram suficientes para impedir o goiano Diogo Sobrinho de ver o Vila Nova ser campeão goiano após 20 anos. O estudante de 21 anos teve de encarar uma viagem de 37 horas para estar presente no Serra Dourada no último domingo e fazer parte da história colorada, rumo ao seu 16º título estadual.

Diogo, que faz intercâmbio nos Estados Unidos, havia embarcado em janeiro e não tinha programação para retornar. Porém, a paixão pelo Vila Nova e a possibilidade de ver o time campeão após duas décadas falaram mais alto. “Quando eu cheguei, foi uma surpresa para minha família… o Vila foi o maior empurrão para que eu pudesse voltar”, falou.

Porém, nem tudo foram flores nesse retorno. Sem condições financeiras de comprar a passagem, Diogo teve de pegar alguns empréstimos com amigos e fazer diversos bicos para juntar dinheiro. Conseguiu comprar a passagem na véspera do primeiro jogo. Porém, o 2 a 0 foi desanimador. Mas, como tem sido o mantra colorado, Diogo manteve a fé. “Se não for sofrido, não é Vila, e decidi que iria para Goiânia para presenciar a história”, ressaltou.

No duelo, o Vila Nova precisava vencer por pelo menos dois gols de diferença. Porém, para o goiano, a vitória foi construída antes mesmo de os times entrarem em campo. “Acho que o Vila ganhou a final quando os jogadores desceram do ônibus e passaram no corredor de torcedores. Eu estava lá no meio da multidão. A torcida fez muita diferença, e os jogadores se sentiram motivados, porque a torcida incentivou e acreditou, mesmo com o placar adverso.”

Toda a festa da torcida do Vila Nova foi contemplada dentro de campo com a vitória por 3 a 0, que deu o título estadual para o Tigrão. Diogo contou que esse foi o melhor momento da sua vida. “Não consigo descrever o que senti, só sei que foi o melhor momento da minha vida. No terceiro gol, parecia que eu estava desfalecendo, perdi minhas forças e comecei a chorar junto com minha família… Foi o ápice da minha vida, por todo o contexto dos Estados Unidos, problemas financeiros, viagem de 37 horas”, comentou.

Paixão pelo Vila Nova

Filho de pai esmeraldino e mãe vilanovense, Diogo acabou pendendo para o lado materno da força, principalmente por acompanhar mais o Vila Nova com os tios. “Chegou uma época em que eles me mandaram escolher, me deram uma camisa de cada e eu escolhi a do Vila. Eu não me lembro, mas eles contam que eu peguei a do Goiás, joguei no chão e disse que ela era pano de chão”, relembrou o estudante.

Diogo Sobrinho também falou que isso que ele fez foi uma grande prova de amor pelo Vila Nova. “Isso que fiz pelo Vila Nova é a prova de amor. E chegou a hora de eu ter esse amor recíproco pela primeira vez, com o Vila Nova me dando esse título de campeão, que, para mim, foi uma prova de amor retribuída. Foi mágico para mim, foi o melhor dia da minha vida”, comentou.

Retorno

A vinda teve data marcada, mas a volta ainda é uma incógnita para Diogo Sobrinho, que está correndo atrás para comprar a passagem de volta. Além de vir ver o Vila Nova, ele também aproveitou para visitar o médico, já que está com um problema no pulso e está tratando, pois, além de estudante, ele também ganhou uma bolsa para atuar como jogador nos Estados Unidos.

“No momento, não tenho condições de pagar minha passagem de volta. Estou vendo algumas situações, mas preciso voltar logo, porque depois do dia 15 já começa a semana de provas na faculdade e preciso estar lá”, falou o estudante, que disse que, se estiver no Brasil, estará presente no dia 12, na estreia do time na Série B, em casa, contra o Paysandu.

Diogo também afirmou que, caso o time esteja brigando pelo acesso na Série B, ele também estará presente. “Pode ser dentro ou fora de casa, que eu vou estar lá para presenciar o acesso do Vila. Esse título serviu para destravar e a gente sair do deserto. Vamos conseguir chegar na terra prometida, que é a Série A”, completou.