Seleção Feminina

Gabi Nunes celebra chance de jogar Copa do Mundo após três lesões no joelho

Gabi voltou à seleção em 2021 após convocação da técnica Pia Sundhage para os amistosos com Espanha e Hungria

Após longo tempo fora da seleção, Gabi Nunes está na lista das convocadas para a Copa do Mundo. Foto: Thais Magalhães - CBF

A Copa do Mundo feminina, marcada para começar no dia 20, terá sabor especial para Gabi Nunes. A jogadora de 26 anos terá a oportunidade de defender a seleção brasileira após uma série de obstáculos em sua carreira, o que inclui três lesões sérias no joelho e um afastamento da seleção por mais de quatro anos.

“Essa Copa do Mundo representa muita coisa. Estou com a expectativa muito alta e muito feliz mesmo. Não tenho nem palavras, estar vivenciando isso com as meninas, dividindo essa experiência com elas e estar todo o dia treinando é uma responsabilidade boa. Isso me deixa tão feliz de representar a minha família e amigas que também sonhavam em estar aqui, e sonham conosco nessa estrela, então, estou muito feliz e tento aproveitar cada dia, detalhe e oportunidade”, comemorou a atacante.

Gabi voltou à seleção em 2021 após convocação da técnica Pia Sundhage para os amistosos com Espanha e Hungria. Ela estava há mais de quatro anos sem defender a equipe nacional. Isso porque sofreu três lesões no joelho em apenas três anos. Na prática, quase não jogou neste período.

No último teste da seleção antes da abertura da Copa, a atacante foi titular na goleada sobre o Chile por 4 a 0, em Brasília. Gabi marcou um dos gols da partida. Animada, ela já pensa em repetir a dose na Austrália e na Nova Zelândia, que serão as sedes da Copa do Mundo a partir do dia 20 deste mês.

“Se sair um golzinho aí a alegria transborda, mas eu estou preparada se for para entrar jogando, se não for, e entrar depois pra ajudar. Estou preparada para o que a Pia quiser fazer comigo dentro e fora de campo. Estou ali!”, afirmou.

Gabi e as demais convocadas completaram uma semana em solo australiano, na cidade de Gold Coast, que se tornou a base da equipe na Copa. E a atacante já se diz totalmente adaptada ao local e ao novo fuso horário, 13 horas à frente do horário de Brasília.

“Já estamos vendo uma intensidade maior dos treinos em relação aos primeiros dias. Claro que no início tem que ter esse cuidado da viagem, mas agora a intensidade já está bem alta porque sabemos da importância de manter um nível alto, fisicamente também. Temos poucos dias pra treinar alguns detalhes para a estreia na Copa do Mundo. Então, agora é cada vez aumentando e pegando um pouquinho mais e estarmos preparadas”, comentou.

ADAPTAÇÃO

O Departamento de Saúde e Performance da CBF também se mostrou satisfeito com a rápida adaptação das brasileiras na Austrália. “Foi todo um trabalho que começou no avião, com a mudança de horário no relógio delas, já se comportando como se estivessem na Austrália. Alimentação também ocorrendo nos horários devidos da Austrália. Chegando aqui, seguramos o sono e utilizamos também de medicação, como melatonina já para ajustar o ciclo circadiano”, disse a médica Paula Benayon, da seleção brasileira

Para o fisiologista Rodrigo Morandi, a diferença de fuso horário tem sido superada com sucesso. “O grande trabalho da fisiologia nesse momento tem sido todo o acompanhamentos com questionários junto com o departamento médico monitorando o sono. Assim fazemos ajustes individuais com orientações e individualização de carga de treino. O momento de forçar um pouquinho mais e o momento de reduzir um pouco mais a carga para que elas consigam se adaptar da melhor maneira possível”, declarou.

A estreia da seleção está marcada para o dia 24, contra o Panamá, na cidade de Adelaide. Pelo Grupo F, os adversários seguintes serão a França, no dia 29, em Brisbane, e a Jamaica, em Melbourne, em 2 de agosto.