Orgulho

Goianos ficam entre os oito melhores em mundial de karatê

Os caratecas goianos Caio Rassi, de 11 anos, e Rondon Ramos Caiado Filho, de 15,…

Os caratecas goianos Caio Rassi, de 11 anos, e Rondon Ramos Caiado Filho, de 15, acabam de voltar a Goiânia e comemoram um excelente resultado no Mundial da Japan Karate Association (JKA), realizado em Limerick, na Irlanda, no último dia 17 de agosto. Os dois jovens ficaram entre os oito melhores caratecas, destacando-se entre mais de 1.500 participantes de 52 diferentes países, sendo que 60 atletas compunham a delegação brasileira. Os atletass, patrocinados pela Fast Açaí, conquistaram a vaga depois de levarem medalhas de ouro, em suas respectivas categorias, no Campeonato Brasileiro de Karatê realizado em Goiânia no final do mês de abril deste ano. Juntos os dois goianos possuem mais de 150 medalhas conquistadas em disputas oficiais.

Caio Junqueira foi o atleta mais novo presente na competição mundial e, mesmo não conquistando o primeiro lugar na competição, o seu desempenho foi destaque na competição. “Como eu acompanho a rotina deles, especialmente a do Caio, sei que ambos batalharam muito para chegar até essa disputa na Irlanda. Ficar entre os oito melhores de toda a competição significou muito para os meninos, tanto que o treinador da seleção brasileira de Karatê se impressionou com o desempenho deles”, conta Frederico Junqueira, pai de Caio.

Gente grande

Mesmo com apenas 11 anos e sem descuidar dos estudos, Caio segue uma rotina de treinos de gente grande. Segundo os pais, mesmo bem jovem, o garoto mostra muita disciplina e determinação, características essenciais para um grande atleta.

Pela manhã ele cursa o 6º ano em um colégio no Setor Marista, em Goiânia. À tarde e à noite não há um dia que ele não tenha atividades adicionais. Duas vezes por semana, durante uma hora, o garoto treina com um professor particular e em outros três dias da semana faz o treino com a turma por três horas. Já aos sábados, o karateca faz uma preparação chamada GO Pódio, específica para competições. Como se não bastasse, Caio ainda se dedica ao pilates, duas vezes por semana.

E não pense que depois dessa maratona toda falta tempo para estudar, o garoto que já tem em seu currículo títulos em competições internacionais, segundo o pai, é um exímio aluno. “É uma rotina que nunca foi imposta. Na verdade, foi uma escolha natural dele”, conta Frederico Junqueira, pai de Caio.

Segundo o empresário, tudo que o filho faz é com muita alegria e espontaneidade, como toda criança. Talvez o motivo para não sentir essa rotina pesada de treinos seja uma parceria bem especial que Caio tem com alguém bem próximo. Enzo, seu irmão gêmeo, também é atleta e acumula títulos importantes como o vice-campeonato mundial do WUKF. “Os dois adoram participar de competições, por isso sabem que precisam se dedicar aos treinos para buscarem sempre os melhores resultados. Mas mesmo assim, os dois conseguem curtir as coisas de criança e estão sempre ligados nos jogos de videogames e outras brincadeiras”, explica o pai.

No primeiro semestre Enzo Junqueira, o irmão gêmeo de Caio, esteve afastado das competições por causa de uma lesão na perna, ocorrida durante um jogo de futebol com os amigos. Por ser algo que exige repouso longo, mais de 90 dias, o atleta mirim deve voltar aos tatames a partir deste mês, quando já estiver reabilitado.

Vocação

Quando criança Rondon até praticou outros esportes, como natação e futebol, mas foi no karatê que ele encontrou sua vocação esportiva. Aos 5 anos, começou a praticar a arte marcial e em 2012 foi o único goiano a integrar a seleção brasileira que participou do 4º World Karate Champinshop for Children, Cadets and Junior, na Sérvia e trouxe para o país uma medalha de bronze.

“Toda a família o apoia em competições e quando é preciso viajar vamos todos juntos. Nosso sentimento é de gratidão por tudo de bom que o karatê trouxe para a vida do Rondon e para nossa. A cada dia ele aprende a ser um atleta e uma pessoa melhor, com mais disciplina, maior concentração, e maior respeito com todos a sua volta”, diz a mãe do atleta, Luciana Almeida.

De acordo com ela, o concentração obtida na prática do esporte tem ajudado muito jovem, que tem apenas 15 anos e cursa o primeiro ano do ensino médio. Justamente por isso a rotina de estudos é puxada, mas ele consegue conciliar as aulas, os treinos e as competições. Mas tudo tem um preço. Luciana garante que deixa o filho muito livre para fazer escolhas, como ele escolheu o karatê a negociação feita em casa foi de não deixar o rendimento escolar ser comprometido.

“Rondon adora lutar e competir, mas a cada ano os treinos ficam mais puxados e a escola também, por isso fizemos este acordo. Nós adoramos que ele participe ativamente do karatê, mas ainda achamos que o estudo é a base de tudo, até mesmo para uma carreira profissional no esporte. Portanto, ele precisa se dedicar e sobressair em ambos”, explica Luciana.

O adolescente pratica o karatê de segunda-feira à sexta-feira, geralmente no período vespertino e noturno. Os treinos são com a turma e com um professor particular, para não perder o pique. Além disso, Rondon conta com o apoio de um personal trainer para manter o condicionamento físico e estar sempre preparado para as competições.