Despedida

Gustavo Campanharo desabafa sobre passagem no Atlético Goianiense: “Fui desvalorizado e humilhado”

Atleta critica o tratamento médico recebido e afirma que presidente impedia sua escalação, Adson Batista responde

De saída do Atlético Goianiense, o meia Gustavo Campanharo fez um desabafo em suas redes sociais sobre sua passagem pelo clube. Em uma “carta aberta”, o atleta expressou sentimentos de desvalorização e humilhação. Campanharo chegou ao Rubro-negro em março desta temporada, mas sua trajetória foi marcada por lesões que limitaram sua participação em campo. No total, ele disputou apenas três jogos.

Uma das principais queixas do jogador foi o tratamento médico recebido no Atlético Goianiense. Segundo ele, profissionais de saúde do clube chegaram a duvidar da gravidade de sua lesão. Com dores intensas, Campanharo relatou que teve que arcar com parte dos custos de uma cirurgia no joelho, uma artroscopia realizada em maio.

“As minhas dores e aflições eram praticamente ignoradas. Me mandavam para o campo sem nenhuma condição de fazer aquilo que eu sempre amei fazer”, lamentou o meia. De acordo com Campanharo, seu médico particular recomendou a artroscopia, procedimento que garantiria seu retorno às atividades em menos de dois meses. “Nos reunimos, eu implorava por uma resolução, algo que me consumia a cada dia. Uma opção que meu médico indicou foi a artroscopia, que em menos de dois meses eu estaria de volta. Fui colocado contra a parede no clube, me disseram que eu poderia continuar do jeito que estava, que corria um grande risco e, para piorar, disseram que se eu realmente quisesse fazer isso, teria que assinar um termo, assumindo toda a responsabilidade”, contou.

Além dos problemas médicos, o jogador também relatou dificuldades com a gestão do clube. Campanharo afirmou que o presidente Adson Batista impediu sua escalação, mesmo com o técnico Umberto Louzer querendo contar com ele. “Para minha surpresa, ele me disse que já estava se programando para o próximo ano, que o time já estava rebaixado (metade do campeonato) e eu não fazia mais parte dos planos do clube, com menos de 30 minutos jogados”, revelou.

“Eu estava treinando normalmente e com possibilidade de jogar, mas quando chegava até o presidente, ele barrava minha convocação, como fez com muitos outros. O treinador, que já não concordava com muita coisa que estava acontecendo, inclusive comigo, acabou saindo”, completou Campanharo.

Com o fim de seu contrato ao término da temporada, Gustavo Campanharo não permanecerá no Atlético Goianiense.

Em entrevista ao Mais Goiás Esporte, Adson Batista respondeu: “Foi um jogador de rede social, tecnicamente não foi o que esperávamos e em nenhum momento foi melhor que os demais jogadores da posição. Nós somos profissionais no tratamento e no cuidado com jogadores, será que se o clube fosse como ele disse, algum jogador viria pra cá, ou iria continuar aqui? Temos responsabilidade e assumimos nossas decisões, foi oferecido a ele o tratamento médico com nossos especialistas e ele optou por pagar uma cirurgia em particular, foi uma decisão dele que não teve a nossa aprovação”.

“Muitos outros jogadores que estiveram aqui esse ano não apresentaram um bom desempenho, ficaram fora das convocações e não entraram em campo, tenho certeza que eles não vão publicar cartas, mas vão fazer reflexões sobre o que podem melhorar para as próximas temporadas. As decisões tomadas pelos treinadores são de responsabilidade deles, eu sempre estarei aqui pra proteger os interesses do clube, o Atlético Goianiense é um clube de pessoas sérias e de caráter, nós jamais vamos manchar a nossa reputação e o nome do clube por causa de uma pessoa ou outra” completou Adson.