Inter devolve placar de 2005 e vence Milan em dérbi na semifinal da Liga dos Campeões
Em menos de 15 minutos de jogo, Dzeko e Mkhitaryan fizeram os gols da vitória interista
Milan e Internazionale voltaram a protagonizar um dérbi pela Liga dos Campeões, 18 anos depois das quartas de final de 2005, e a história se inverteu. Derrotado por 2 a 0 no jogo de ida da edição de quase duas décadas atrás, a Inter de Milão aplicou o mesmo placar nesta quarta-feira, no San Siro, onde os dois rivais se enfrentaram pela primeira partida das semifinais do principal torneio europeu de clubes.
Em menos de 15 minutos de jogo, Dzeko e Mkhitaryan fizeram os gols da vitória interista. Inter e Milan voltam ao mesmo estádio na próxima terça-feira, às 16 horas de Brasília, para decidir a vaga na final. O time comandado por Stefano Pioli precisa vencer por dois gols de diferença para levar a decisão aos pênaltis ou por três para avançar direto à grande final.
No dérbi de 2005, os milanistas levaram a melhor com um 5 a 0 no placar agregado, após triunfos por 2 a 0 e 3 a 0 nas partidas de ida e volta. O clássico foi marcado por um grande caos no jogo de volta, em razão de sinalizadores atirados no gramado, cena que gerou a icônica foto Materazzi, da Inter, apoiado no ombro do rival Rui Costa, observando a fumaça vermelha. O duelo foi suspenso e não foi retomado, com placar declarado de 3 a 0 a favor do Milan. Depois disso, o time de Kaká, Dida, Shevchenko, Pirlo e outros craques ainda chegou à final daquela edição e perdeu o título para o Liverpool.
Treinador da Inter de Milão, Simone Inzaghi definiu a importância do clássico com muita clareza na véspera da partida. “Não é um dérbi, é o dérbi”, afirmou. Tal definição foi comprovada pela força mobilizadora do encontro dos eternos rivais em uma fase tão avançada da Liga dos Campeões. As arquibancadas do San Siro estavam cheias de estrelas do futebol italiano, como Franco Baresi, Paolo Maldini, Shevchenko, Pirlo, Samuel Eto’o e Seedorf. Haviam também astros de outros esportes, caso do tenista Novak Djokovic.
O San Siro também abrigou em seus bancos jogadores que poderiam estar dentro de campo. Zlatan Ibrahimovic, atualmente parte do elenco Milan, aos 41 anos, assistiu à partida de fora por estar lesionado desde abril. A ausência mais importante para os milanistas, contudo, foi a do atacante português Rafael Leão, ainda recuperando-se de uma lesão na coxa.
Substituído pelo belga Saelemaekers, Leão viu o jogo da arquibancada e teve em seu rosto as expressões que resumiam o sentimento dos torcedores do Milan frente aos primeiros minutos do jogo. Decepcionado, viu Dzeko usar toda a sua força física aos sete minutos do jogo para ganhar disputa com Calabria, após cobrança de escanteio, e acertar a bola no ar para abrir o placar em Milão. Três minutos depois, Mkhitaryan invadiu a área sozinho após contra-ataque mortal e deixou o semblante de Leão ainda mais sombrio ao colocar a bola no gol.
Ainda no primeiro tempo, o árbitro chegou a marcar pênalti para a Inter, mas voltou atrás após revisão no monitor do VAR. Completamente atordoado, o Milan não conseguiu jogar. Durante toda a primeira etapa, não acertou uma bola em direção ao gol defendido por Onana, correu riscos e foi para o intervalo com a amarga desvantagem no placar.
No segundo tempo, o Milan mostrou mais recursos ofensivos e apresentou sinais de reação. Criou chances e colocou uma bola na trave, após finalização de Tonali. A partir da segunda metade da etapa, contudo, passou a apresentar muito nervosismo e teve dificuldades para conseguir pelo menos diminuir a vantagem. Agora, terá de enfrentar a maioria interista na próxima terça para tentar avançar.