A torcida fez a sua parte. Foram mais de 31 mil torcedores no Pacaembu fazendo muita festa e mostrando que, mesmo a equipe não fazendo por merecer, ela não será abandonada. Só faltou – mais uma vez – os atletas jogarem. O Inter aproveitou a formação excessivamente ofensiva armada pelo técnico Ricardo Gareca, venceu por 1 a 0, neste sábado à noite, e aumentou a crise alviverde.
Para o Inter, a vitória significou uma reação, pois a equipe gaúcha vinha de três derrotas seguidas (duas no Campeonato Brasileiro e uma na Copa Sul-Americana), e ainda colocou o time comandado por Abel Braga na vice-liderança provisória do Brasileirão, com 34 pontos. Já o time palmeirense estacionou nos 17 pontos e na 16ª posição, correndo sério risco de voltar para a zona de rebaixamento neste domingo.
Os números de Gareca no comando do Palmeiras são pífios. No Campeonato Brasileiro, foram uma vitória, um empate e sete derrotas. Aproveitamento de 14,8%. No total, somando Copa do Brasil e amistoso, a marca é de 33,3%.
O treinador argentino resolveu apostar em uma formação excessivamente ofensiva e ficou claro que ele acabaria o dia como louco ou gênio, afinal de contas, não é normal se expor tanto diante de um time que, mesmo em má fase, tem qualidade. Pode-se até fazer isso, desde que você tenha defensores que passam segurança e estejam bem entrosados, coisas que não se enquadram para os zagueiros do Palmeiras.
A formação que treinou na sexta-feira não fez sequer uma atividade junta. Gareca achou que conseguiria fazer o time jogar na base da conversa. Uma coisa não se pode negar: ele fugiu da mesmice, mas de forma atabalhoada.
O time começou marcando sobre pressão e com uma linha defensiva bem à frente. Lúcio e Wellington foram vistos no meio de campo diversas vezes, enquanto o time corria muito e pensava pouco. Mendieta, que seria o responsável pela criação, manteve sua regularidade de jogar mal.
ERRO FATAL – Apesar de toda a ofensividade, o Palmeiras não chutava e, naturalmente, deixava espaço na defesa. E foi assim que o Inter abriu o caminho da vitória. Aos 20 minutos, Dida deu um chute para frente, Rafael Moura foi mais esperto que Lúcio e desviou de cabeça para Jorge Henrique aproveitar a indecisão de Fábio e mandar para as redes. A cena de jogadores do Inter livres e na cara do gol se repetiu algumas vezes, como esperado.
No segundo tempo, Gareca colocou Eguren no lugar do inoperante Leandro e o time apresentou uma leve melhora. Pelo menos, diminuiu o sufoco na defesa, mas a falta de criatividade continuou.
Em uma atitude quase de desespero, o treinador colocou Bruno César no lugar de Mouche. O meia não jogava desde a estreia de Gareca, contra o Santos. De nada adiantou. Quando o time era ofensivo, não jogou. Com a formação cautelosa, pouca evolução. E o Palmeiras mantém o seu martírio.
FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 0 X 1 INTERNACIONAL
GOL – Jorge Henrique, aos 19 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO – Ricardo Marques Ribeiro (MG).
CARTÕES AMARELOS – Rafael Moura, Mendieta, Paulão, Eguren e Gilberto.
RENDA – R$ 735.345,00.
PÚBLICO – 31.278 pagantes.
LOCAL – Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP).
PALMEIRAS – Fábio; Weldinho, Lúcio, Wellington e Juninho; Marcelo Oliveira, Mendieta (Felipe Menezes) e Allione; Mouche (Bruno César), Cristaldo e Leandro (Eguren). Técnico: Ricardo Gareca.
INTER – Dida; Claúdio Winck (Gilberto), Paulão, Ernando e Fabrício; Wellington, Willians, Aránguiz e Jorge Henrique (Alan Patrick); Eduardo Sasha (Leandro) e Rafael Moura. Técnico: Abel Braga.