Repercussão

Mãe hostilizada ao lado do filho no Gre-Nal relembra agressão: ‘Era uma fúria’

As cenas de agressão estamparam o noticiário esportivo negativamente

A torcedora do Grêmio Tais Dias, de 38 anos, agredida ao lado de uma criança durante o clássico Gre-Nal do último sábado, falou sobre o episódio, ocorrido no Beira-Rio. No final da partida, ela acompanhada do filho de apenas seis anos, foi hostilizada por colorados, após ter erguido uma camisa do time tricolor, em um setor destinado para torcida do Internacional. Em seguida, alguns colorados tentaram arrancar a camisa das mãos dela. As principais ofensas partiram de uma sócia do Inter. “Era uma fúria. Era um transtorno total. Ela me chamava de sem vergonha, louca e outros palavrões”, lamenta Tais.

Ao Estado, a torcedora do Grêmio esclarece que tentou acompanhar a partida no setor destinado para a torcida mista, onde adversários acompanham lado a lado a partida. Porém, por não ser sócia, ela ingressou na torcida do Inter, com a camisa do clube do coração guardada na bolsa. A intenção era realizar um sonho do caçula de assistir ao clássico Gre-Nal. O marido dela e os outros dois filhos eram todos e estavam em um outro setor do Beira-Rio.

“Eu não quis provocar aquela situação. Foi um ato ingênuo de minha parte. O clima estava tão legal e agradável, que eu só quis comemorar com meu filho. Todo mundo estava se sentido super À vontade. Inclusive, em respeito ao Inter, eu esperei o final de jogo e mais 15 minutos para comemorar em frente À torcida gremista”, relembra. Naquela ocasião, Tais festejava com o filho perante a torcida gremista, que estava no anel superior do estádio.

As cenas de agressão estamparam o noticiário esportivo negativamente e geraram traumas ao pequenino torcedor, que deixou o estádio aos prantos. “Lamentavelmente depois disso, meu filho Bernardo não quer mais ir ao Beira-Rio”, adverte.

Tais Dias destaca, porém que em função da repercussão do caso, o Grêmio deu novo alento para a família. “A gente aceitou um convite do Grêmio para ir no jogo da Libertadores, amanhã, na Arena. A partir daí a gente vai dar um tempinho. O Grêmio foi o principal e primordial apoiador. O fato aconteceu no final do sábado e no domingo pela manhã, o presidente Romildo Bolzan Jr já estava me ligando oferecendo todo o apoio”, ressalta. Ela menciona ainda a solidariedade recebida nas redes sociais por diferentes torcedores do Inter.

Na última terça-feira, mãe e filho foram recebidos pelos atletas do Grêmio, no centro de treinamento co clube em Porto Alegre. Bernardo recebeu vários presentes e camisas do time, além de carinho de jogadores como Everton, Geromel, Maicon, Paulo Victor, Matheus Henrique e Jean Pyerre e do técnico Renato Gaúcho. “Tinha que ver o abraço do Renato no meu filho”, sorri Tais. Após o episódio, a comerciante revela ainda que o filho mais velho, de 11 anos, deixou de ser colorado para torcer para o rival.

Sobre a agressão, a mãe gremista pretende logo virar está página “A consciência dela já mostrou que ela estava errada. Se ela mudar já é grande coisa. Não tenho interesse de ter contato com ela. Cada um segue a sua vida”, pontua.

A torcedora responsável pelos principais xingamentos foi suspensa, temporariamente, do quadro social do Inter. Em nota, o clube informou que, além da torcedora, outros dois envolvidos também foram denunciados à Comissão de Ética e Disciplina do Conselho Deliberativo. “Ressaltamos, mais uma vez, que o Clube do Povo não compactua com nenhum tipo de violência ou discriminação”, diz comunicado.

Além da Polícia Civil, o Ministério Público do Rio Grande do Sul também passou a investigar o caso a partir de vídeos que circularam em redes sociais e reportagens veiculadas na imprensa