Esporte

Maior premiação da América do Sul ajuda a manter prestígio da São Silvestre

A organização da São Silvestre vai pagar as mesmas cifras tanto no masculino como no feminino

Mesmo outras provas do atletismo nacional com distância maiores do que os 15km da corrida paulistana não pagam tanto

Em vez do descanso no fim de ano, a busca para iniciar 2020 com mais dinheiro na conta bancária. A tradicional prova de São Silvestre será realizada na manhã desta terça-feira (31), em São Paulo, a partir das 7h40, com um incentivo extra para os competidores de elite. A competição aumentou em 2019 a premiação e vai distribuir R$ 461 mil para os dez primeiros colocados. Nenhuma outra prova de rua na América do Sul paga tão bem.

A organização da São Silvestre vai pagar as mesmas cifras tanto no masculino como no feminino. Os primeiros colocados de cada modalidade vão receber R$ 94 mil, ante R$ 90 mil do último ano. Mesmo outras provas do atletismo nacional com distância maiores do que os 15km da corrida paulistana não pagam tanto. A Maratona de São Paulo, por exemplo, premia com cerca de R$ 70 mil quem termina em primeiro lugar o percurso de 42km.

“São Silvestre é a prova que melhor paga na América do Sul. Talvez só a Meia Maratona da Colômbia seja comparável. Fora a tradição, tem o extra do prêmio”, disse ao Estado o equatoriano Byron Piedra.

Parte da verba em premiação é garantida por patrocinadores e pela verba com as inscrições. Os mais de 35 mil participantes pagaram cada um R$ 197,50 de taxa. “Para uma prova que tem uma distância de 15 km, o prêmio é excelente”, disse a argentina Daiana Ocampo, campeã da Maratona de Buenos Aires deste ano. “Como a corrida paga bem, consegue atrair atletas de bom nível de vários continentes. Estar aqui em São Paulo é importante para dividir com outros adversários o mesmo espaço e a mesma prova. Vale a experiência”, afirmou a corredora.

A premiação motiva também os brasileiros. Alguns deles contam com o prêmio da própria São Silvestre e mais o bônus a ser pagos pelos patrocinadores de acordo com a posição alcançada. “Eu corro mais motivado porque o mesmo patrocínio que me traz para a São Silvestre, paga também por metas. Quanto mais próximo do pódio eu chegar, melhor será o meu prêmio”, disse o corredor Wellington Bezerra.

Para quem vai encarar a corrida, a premiação alta não é o único incentivo. A repercussão de uma prova transmitida ao vivo pela televisão e bastante popular entre o público pesa bastante. “A premiação subiu muito nos últimos, é a maior da América do Sul. Mas para nós tem todo o ambiente. Eu costumo dizer que você pode ganhar uma medalha olímpica, mas se não ganhar a São Silvestre, não será reconhecido nas ruas”, explicou o corredor Daniel Chaves da Silva.

A 95ª edição da São Silvestre tem como novidade o recebimento do selo bronze da World Athletics. Isso confere à prova um reconhecimento maior e a aparição do evento na lista das principais competições do mundo.