Fórmula 1

Max Verstappen pode ser campeão neste sábado na sprint que tanto criticou

A julgar pelos resultados de Verstappen até aqui, apenas algo muito fora do comum vai impedir que ele comemore o tricampeonato já neste sábado

Com 177 pontos de vantagem para Pérez, Verstappen deve ser campeão neste fim de semana. Foto: Arquivo pessoal

Max Verstappen tem grandes chances de se sagrar tricampeão da Fórmula 1 já neste sábado (7), na sprint do GP do Qatar. Logo ele, que sempre se opôs à ideia de uma corrida curta valendo pontos para o campeonato. Mas o holandês até se diverte com a situação. “Acho ótimo, dá para comemorar no sábado. Talvez só o tempo de reação no domingo [na largada] não vá ser dos melhores”, brincou o líder disparado do campeonato.

A julgar pelos resultados de Verstappen até aqui, apenas algo muito fora do comum vai impedir que ele comemore o tricampeonato já neste sábado. Único ainda com chances matemáticas, seu companheiro de Red Bull, Sergio Perez, precisa fazer cinco pontos a mais que Verstappen para manter a disputa viva até o GP.

Ou seja, Verstappen é campeão com um sexto lugar na sprint, independentemente do resultado de Perez. Mesmo se o holandês não pontuar na corrida curta deste sábado, com largada às 14h30 pelo horário de Brasília, Perez só leva a disputa até o domingo se for pelo menos terceiro.

Antes da sprint, haverá 180 pontos em jogo, e a vantagem construída por Verstappen até aqui é de 177. Após a corrida curta, serão 172 pontos ainda em disputa e, por isso, Perez tem que descontar pelo menos cinco pontos para manter o campeonato aberto.

Nas 16 etapas disputadas até aqui, Verstappen venceu 12 GPs, duas das três sprints, e só esteve fora do pódio (contando GPs e sprints) em uma oportunidade. Foi no GP de Singapura, quando a Red Bull não se encontrou com o acerto do carro. É muito improvável que isso volte a acontecer no Qatar, já que o circuito tem curvas de alta velocidade que casam bem com o carro dos já campeões do mundo por antecipação.

Ver um título decidido em uma sprint é algo que a F1 não previa quando adotou as sprints em 2021. A ideia era ter um formato mais atrativo para os torcedores irem ao autódromo na sexta-feira (quando é disputada a classificação para o GP) e, assim, aumentar o preço das taxas cobradas pela F1 junto aos promotores de corridas. E também ter finais de semana diferentes para trazer mais variedade a um calendário mais inchado.

Mas a ideia sempre foi que o impacto no campeonato em si fosse mínimo. Por conta disso, primeiro eram dados poucos poucos (3 para o primeiro, 2 para o segundo e um para o terceiro). Percebendo que isso contribuía para sprints pouco movimentadas, o vencedor passou a levar oito pontos, com os oito primeiros pontuando.

Outra mudança, realizada neste ano, separou totalmente os eventos. Antes, o resultado da sprint formava o grid de domingo. Agora, há duas classificações em separado e o sábado fica reservado como um dia apenas dedicado à sprint.

De fato, as corridas aos sábados ficaram mais movimentadas, mas o formato ainda precisa de melhoras. Verstappen é um dos grandes críticos ao formato. “Tem que acabar com tudo isso”, disse ele quando perguntado sobre essa divisão das classificações. “Acho importante voltarmos ao que tínhamos e nos certificarmos de que todas as equipes possam lutar pela vitória, esse tem que ser o objetivo ao invés de implementar esse tipo de entretenimento artificial.”

De fato, a Fórmula 1 tem buscado formas de entreter mais o espectador, e não há um balde d’ água fria maior que o atual domínio da Red Bull, que venceu o campeonato de construtores com seis corridas de antecipação, e do próprio Verstappen, que tem grandes chances de ser tri cinco GPs antes do final da temporada. A questão é que um campeonato em que cada equipe tem de fazer seu próprio carro premia excelência, como a mostrada pela Red Bull e Verstappen nos últimos dois anos, e não tem sprint que vá fazer a categoria escapar isso.