Futebol Internacional

Ministério Público da Espanha pede quase 5 anos de prisão para Ancelotti

O treinador teria transferido seus direitos de imagem para entidades sem atividade real e domiciliadas fora de Espanha, buscando evitar o pagamento de impostos sobre esses rendimentos

Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid. Foto: Angel Martinez/Getty Images

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Procuradoria de Madrid pede quatro anos e nove meses de prisão para Carlo Ancelotti por fraude fiscal no valor de pouco mais de 1 milhão de euros (R$ 5,7 milhões, na cotação atual) nos anos de 2014 e 2015.

Ancelotti é acusado de dois crimes contra a Fazenda Pública por não declarar rendimentos provenientes de seus direitos de imagem. Ele também omitiu nas suas declarações a titularidade de dois imóveis localizados fora da Espanha.

O treinador teria transferido seus direitos de imagem para entidades sem atividade real e domiciliadas fora de Espanha, buscando evitar o pagamento de impostos sobre esses rendimentos.

Ancelotti assinou contrato com o Real Madrid em 2013, cedendo parte de seus direitos de imagem para entidades distintas, incluindo a Vapia Limited e a Vapia LLP.

O Ministério Público destaca a utilização de uma rede complexa de empresas para canalizar os rendimentos dos direitos de imagem, visando burlar o Tesouro Público espanhol.

Acusação aconteceu horas antes do jogo de volta das oitavas de final da Liga dos Campeões. O Real Madrid enfrenta o RB Leipzig, às 17h (de Brasília).

Mesmo que Acelotti seja condenado, na prática, este tipo de caso nunca termina com prisão efetiva do acusado. Mesmo que não haja acordo com o Ministério Público, o pagamento antecipado da dívida implica uma redução da pena que permite a sua suspensão.

OUTROS CASOS

As autoridades espanholas acusaram outros astros do futebol por suspeita de evasão fiscal, incluindo jogadores como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Diego Costa. Todos liquidaram e pagaram multas pesadas.

Já Neymar e Xabi Alonso foram acusados pelo Ministério Público da Espanha, mas acabaram absolvidos pela justiça espanhola.

Em 2016, Messi foi condenado por fraude fiscal e multado para evitar pena de 21 meses de prisão. O craque argentino pagou uma multa de 2 milhões de euros (R$ 10,7 milhões, na cotação atual), já seu tempo de pena foi transformado em uma sanção complementar de mais 250 mil euros (R$ 1,3 milhão).

Cristiano Ronaldo confessou ser culpado de fraude em 2019, e concordou em pagar uma multa de quase 19 milhões de euros (R$ 102,1 milhões). O astro português ‘se livrou’ de uma pena de 23 meses de prisão.

Em 2020, a Justiça da Espanha condenou Diego Costa a seis meses de prisão por fraude fiscal. Para evitar a detenção, o jogador se declarou culpado e pagou uma multa de 543 mil euros (R$ 2,9 milhões).

O craque brasileiro foi absolvido após o MP espanhol solicitar multa de 10 milhões de euros (R$ 53,7 milhões) e prisão de dois anos por acusações de corrupção empresarial. O caso foi a respeito de sua transferência do Santos para o Barcelona.

Em 2023, o Ministério Público pediu dois anos e meio de prisão para Xabi. No entanto, o ex-jogador decidiu manter sua posição e defender a sua inocência no tribunal. A justiça espanhola concordou e ele foi inocentado.