Manipulação de Jogos

Moraes Jr assina acordo com MPGO e vira testemunha na Operação Penalidade Máxima II

Lateral que defende o Atlético Goianiense recebeu dinheiro para sofrer punição em dois jogos em 2022, quando atuava no Juventude

Moraes Jr do Atlético Goianiense foi um dos envolvidos no esquema de manipulação de apostas. Foto: Heber Gomes - Mais Goiás

O Ministério Público de Goiás realizou uma nova denúncia nesta segunda-feira (8) sobre a Operação Penalidade Máxima, que envolve esquema para manipulação de jogos no futebol brasileiro. Com diversas partidas da Série A e Série B da última temporada sendo investigadas, muitos atletas estão sob investigação e incluindo um que está atuando neste momento no futebol goiano, o lateral-esquerdo Moraes Jr, do Atlético Goianiense.

Moraes Jr está sendo investigado por dois jogos da temporada passada, quando esteve emprestado ao Juventude, contra Goiás e Palmeiras. Contra o time paulista, o atleta recebeu R$ 5 mil antecipado para receber o cartão amarelo e esse valor subiria para R$ 30 mil. Diante do Esmeraldino, uma promessa de R$ 50 mil de pagamento, com R$ 20 mil antecipado.

O atleta, que é de Goianira, realizou um acordo com o Ministério Público. Além de devolver o dinheiro que já havia recebido, Moraes Jr assinou um Acordo de Não Persecução Penal, ou seja, ele não será réu da acusação, mas vai colaborar com o MPGO. Além disso, ele terá que pagar R$ 75 mil para a justiça, parcelados em 15 vezes.

O Atlético Goianiense não descarta a possibilidade de emprestar Moraes Jr. Com o fechamento da janela de transferências, o atleta só poderia atuar na Série C ou Série D do Campeonato Brasileiro. Outra possibilidade seria deixar o país em busca de um mercado alternativo.

Confira a nota, da defesa do jogador Moraes Jr, na íntegra:

“A defesa do atleta Onitlasi Júnior de Moraes Rodrigues, Moraes Jr., vem a público esclarecer os fatos envolvendo o jogador acerca da Operação Penalidade Máxima II.

O atleta foi ouvido pelo promotor de justiça no dia 28 de abril de 2023, data em que foi assinado o Acordo de Não Persecução Penal, esse instrumento jurídico pode ser definido como uma espécie de colaboração jurídica entre o atleta e o Ministério Público.

A defesa do atleta reforça também que Moraes a todo tempo disse a verdade e colaborou para a instrução do processo da melhor maneira, por isso passou a ser testemunha no processo, não figura mais como investigado/réu e sim, após a homologação do acordo de Não Persecução Penal, colaborador/testemunha.

A defesa reforça o compromisso de Moraes com a verdade, haja visto que o mesmo segue colaborando com as investigações, ficando à disposição do Ministério Público e da justiça para todo e qualquer momento ser ouvido.

Com relação ao valor da multa não cabe a defesa e nem mesmo ao atleta entrar em detalhes, uma vez que isso corre dentro da justiça, cabendo apenas aos envolvidos do processo”.