REVELAÇÕES

Neymar abre o jogo sobre polêmicas em podcast com Ronaldo

Neymar não escondeu o jogo e se abriu para vários assuntos polêmicos em uma entrevista…

Neymar não escondeu o jogo e se abriu para vários assuntos polêmicos em uma entrevista ao streamer Gaules e ao ex-jogador Ronaldo Fenômeno, publicada no sábado (19). O camisa 10 falou sobre o distanciamento entre a seleção brasileira e o torcedor, o esforço conjunto para voltar a jogar com Messi e revelou que prefere antes ir jogar nos EUA do que voltar ao Brasil.

“Não sei se volto a jogar no Brasil; tenho minhas dúvidas. Tenho vontade de jogar nos Estados Unidos, isso sim, pelo menos uma temporada. No Brasil não sei; às vezes quero, às vezes não”, afirmou.
Perguntado sobre o motivo de querer os EUA, Neymar brincou. “Primeiro porque o campeonato é curto, então tem uns quatro meses de férias. Aí dá para jogar um monte de anos”, brincou, antes de cair na gargalhada e evitar dar mais detalhes.

Neymar não sabe quando isso vai acontecer, afinal tem mais três anos de contrato com o PSG, mas não nega que já pensa em quando se aposentar. Ao longo do programa, também falou do preço da fama e relembrou a polêmica viagem ao Brasil para curtir o Carnaval durante uma recuperação de lesão.

“Eu estava machucado, voltando de lesão, no final dos treinos para voltar a jogar. E fui no Carnaval [no Brasil]. Estava há sete anos na Europa, e sete anos sem ir no Carnaval. Fui uma vez. Pra quê Todo o mundo começou a falar: que no ano seguinte iria de novo, e no outro de novo. Não, gente. Fui uma vez. Estava em final de tratamento, já estava podendo andar, dançar, correr. Fui um dia antes de ir para Paris. Começaram a pegar no meu pé. Mas tenho que levar na boa, não dá para agradar todo o mundo, infelizmente.”.

“A gente sofre de adolescência tardia, isso é verdade, você falou tudo”, respondeu para Ronaldo. “Sempre falei isso: quando eu estudava, tinham passeios escolares a parque de diversões, cinemas, todo o mundo ia, mas eu não. Eu tinha treino, viagem para jogar. Isso me deixava triste, porque via todos meus amigos indo. São coisas simples que fazem falta, que seria legal ter vivido. Hoje meu filho tem dez anos. Quando ele tinha cinco, seis, não conseguia levar ele em um parquinho para brincar, em uma praça; não dá para gente ir na praia, para ele brincar na areia. Não dá. São coisas que a gente deixa de viver porque escolhemos isso, por jogar futebol. Não estou reclamando disso, não estou choramingando, mas são coisas que pessoas normais fazem e a gente não pode. Quando a gente tenta fazer essas coisas normais, a galera pega um pouco no pé.”.

Esforço conjunto para jogar com Messi

“A gente tem uma amizade muito grande, desde o Barcelona criamos uma afinidade muito boa. Quando começamos esta história de jogar juntos novamente, desde 2020, tentei voltar ao Barcelona, fizemos de tudo mas não consegui. Aí rolou a oportunidade de ele vir para cá [Paris]. Aí a gente conseguiu. Ele estar aqui é uma felicidade muito grande, porque a gente se dá muito bem. Vamos tentar fazer história aqui no PSG agora. O time ainda precisa engrenar um pouco mais, mas esperamos poder fazer história para cima do teu Real Madrid”, disse Neymar, brincando com Ronaldo.

Quando vai se aposentar?

“Eu brinco com meus amigos, digo que com uns 32 já está bom”, brinca. “Mas sinceramente eu não sei. Vou jogar até cansar mentalmente, enquanto eu estiver bem de cabeça, bem de corpo. De corpo consigo durar mais uns aninhos, mas é a cabeça que precisa estar bem sempre. Não tracei isso. Tenho contrato com o Paris até os 34, então até lá eu estou jogando.”.

Seleção brasileira e chance de ganhar a Copa

“Todas as seleções estão crescendo, as europeias e as sul-americanas. Na Europa são vários que tem se fortalecido. A gente tenta se preparar da melhor forma possível. Por conta da pandemia, de tudo o que aconteceu, ficou ruim de marcar amistosos contra seleções europeias. Então vamos ter que ir para a Copa do Mundo e ver o que vai dar. Nós nos preparamos do jeito que dava, na América do Sul.”.

“O time vem bem, mas sabe como é brasileiro, principalmente imprensa: é crítica a todo momento. Se for 1 a 0 todo jogo, quer show; se tiver dando show sem ganhar, querem resultado. A gente vem crescendo como time, com um sistema de jogo, tomamos poucos gols, o Tite tem dado resultado. Eu quero é ganhar a Copa do Mundo com 1 a 0 em todos os jogos, não quero dar show, só ganhar. Se continuar assim está bom, o importante é o caneco”, diz Neymar, apostando em França, Alemanha e Argentina como favoritas.

Seleção brasileira se distanciou do torcedor

“A seleção brasileira se distanciou muito do torcedor brasileiro. Não sei o motivo, quando começou, mas vejo isso pelos nossos jogos. São poucos comentados, as pessoas não sabem quando vai ser o jogo, e isso é ruim. É triste viver nesta geração em que a seleção brasileira jogar não é importante, porque quando eu era criança o jogo da seleção era um evento, família inteira, camisa, bandeira do Brasil na janela, churrasco Hoje em dia já não tem mais essa importância. Não sei como chegamos a este estado, mas tenho a esperança de que isso volte.”

“O brasileiro é rigoroso e mal acostumado”, brincou. “Sendo o país que mais venceu, a galera vai cobrar mesmo. É um povo muito apaixonado pelo futebol. Às vezes a cobrança ultrapassa um pouquinho, mas quando ganha é maravilhoso. Quando o brasileiro apoia, não existe torcedor melhor.”.