Nova moda no futebol
Denúncias de injúria racial se repetem nos estádios, nem sempre com provas
As denúncias de injúria racial no futebol estão chamando mais atenção do que gols. Virou moda e tem gente entrando nessa onda sem o mínimo fundamento ou motivado por alguma má interpretação. Futebol, no holofote da mídia, é o cenário ideal para combater preconceito, desde que tenha provas. Casos de racismo, se confirmados, não podem passar em branco. A punição precisa ser exemplar.
Porém, denúncias vazias só geram polêmicas e prejudicam pessoas. No jogo entre Ponte Preta e Vasco, o técnico do time paulista, Hélio dos Anjos denunciou uma manifestação de racismo, baseada em um canto da torcida vascaína. O que o treinador entendeu ser uma imitação de macaco, nada mais era do que um latido, fazendo referência ao jogador Yuri Lara, chamado de cão de guarda da defesa.
Nunca ficou provado também que o meia colombiano índio Ramirez, quando jogava no Bahia, teria, em dezembro de 2020, cometido injúria racial, contra o volante Gérson, do Flamengo. Ramirez chegou a ser afastado, mas peritos em leitura labial nas imagens, contratados pelo time baiano, não encontraram nenhuma prova para confirmar a denúncia. Ele foi reintegrado ao elenco.
Que se faça o mesmo no mais recente caso, envolvendo o jogador Edenilson, do Internacional , que acusou o lateral português, Rafael Ramos, do Corinthians, de tê-lo chamado de “macaco”. Ramos nega e disse que pronunciou outra palavra, no sotaque de Portugal, mal entendida pelo jogador do Inter. Mesmo assim, o lateral foi preso por injúria racial e teve que pagar fiança de R$ 10 mil para deixar o Estádio Beira Rio. Como em 2020, no caso envolvendo Índio Ramirez, um perito poderia esclarecer melhor o caso.