Ouros na natação e dobradinha no atletismo marcam o 3º dia do Brasil nas Paralimpíadas
A nadadora Carol Santiago venceu os 100m costas S12 (deficiência visual) nos Jogos de Paris e quebrou o recorde das Américas da prova
O terceiro dia de competições das Paralimpíadas de Paris teve ouro histórico, dobradinha no pódio e até classificação à final em retorno aos Jogos. Até aqui, o Brasil conquistou 23 medalhas, sendo oito de ouro, três de prata e 12 de bronze.
A nadadora Carol Santiago venceu os 100m costas S12 (deficiência visual) nos Jogos de Paris e quebrou o recorde das Américas da prova. Ela conquistou a quarta medalha de ouro na carreira e igualou a velocista Ádria dos Santos como brasileira com mais títulos paralímpicos.
“Chegar a isso não estava nem nos meus pensamentos, mas isso é fruto de um trabalho muito sério, que a gente vem fazendo com todos os profissionais que estão comigo. Conseguimos conquistar tanta coisa importante… E dizer que eu sou fã demais da Ádria. Chegar junto dela, para mim, é uma honra”, declarou Carol Santiago.
Carol estreou em Paralimpíadas em Tóquio, quando ganhou três ouros, uma prata e um bronze. Ela ainda briga por mais quatro medalhas na capital francesa.
Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, venceu os 50m costas na Classe S2 (limitações físico-motoras) e conquistou o segundo ouro em Paris. Na quinta-feira ele já tinha alcançado o topo do pódio nos 100m costas.
“Não sei se tem como falar outra coisa a mais que amassei, mas vou falar: ‘amassei de novo’. Foi uma prova fantástica, sensacional. De manhã, já tinha sido bom, e eu sabia o que tinha de fazer para acertar e melhorar ainda mais. 50s93 foi um tempo que chama muita atenção, foi muito bom. Eu acho que eu não estou nadando, não, estou voando, estou flutuando na água. Estou em casa”, comentou Gabrielzinho, ao SporTV.
Wendell Belarmino ficou na segunda colocação nos 50m livre S11 (atletas com deficiência visual). O ouro ficou com o japonês Keiichi Kimura.
BRASIL EM DOBRO
O atletismo brasileiro voltou a brilhar e contribuiu para o quadro de medalhas. Fernanda Yara venceu a prova dos 400m, da classe T47 (deficiência nos membros superiores), e teve a companhia de Maria Clara Augusto, que conquistou o bronze.
Joeferson Marinho conquistou a medalha de bronze nos 100m T12 (deficiência visual). Cicero Nobre também levou o bronze, mas no lançamento de dardo F57 (que competem sentados).
Verônica Hipólito, que voltou às Paralimpíadas após ter ficado fora de Tóquio devido a um tratamento médico, conseguiu classificação à final dos 200m T36 (paralisados cerebrais). A também brasileira Samira Brito foi outra a carimbar vaga na disputa por medalha.
“Um ponto muito importante: eu estava muito mal antes de vir porque na semana da viagem eu tive uma hemorragia gastrointestinal, e agradeço muito aos meus médicos, treinadores, ao CPB [Comitê Paralímpico Brasileiro] porque eles acreditaram quando eu disse: ‘Eu vou, depois vejo isso, mas eu vou’. Eu estou aqui agora, gente. 200 tumores não vão parar uma final de 200 metros. Sei que vai ser muito duro, mas eu também sou osso duro de roer. Então, sinto muito”, disse Verônica Hipólito, ao SporTV.
A brasileira Thalita Simplício levou a medalha de prata nos 400m T11 e, apesar da conquista, não escondeu a frustração após a prova. Ela chorou bastante e recebeu o apoio do guia Felipe Silva.
“Eu não vou mentir. Eu não estou triste por causa da medalha, estou triste porque fizemos um ciclo muito bom. Eu venho com muitas dores, mas eu queria a todo custo esse ouro. Mas levo a prata, e era o que eu tinha pra hoje.”
MEDALHAS NO TÊNIS DE MESA
O Brasil voltou a subir no pódio no tênis de mesa. A dupla Claudio Massad e Luiz Manara foi derrotada pelos chineses Chaodong Liu e Yiqing Zhao por 3 sets a 1 (05/11, 04/11, 11/09 e 08/11) pelas semifinais, e ficaram com o bronze no torneio de duplas das duplas masculinas MD18. No tênis de mesa paralímpico não há disputa de terceiro lugar.
A dupla formada por Dani Rauen e Bruna Alexandre, da classe WD20, também ficaram com o bronze. Elas perderam para a dupla australiana Qian Yang e Lina Lei, por 3 sets a 0 (11/8, 11/9 e 12/10). Nos Jogos do Rio e Tóquio, a parceira ficou nessa mesma colocação, mas por equipes, ao lado de Jennyfer Parinos. Em Paris, não há mais disputas por times – apenas individuais e por duplas.