Jogos Olímpicos

Piscina de ondas de Slater é opção após ‘problema’ com Medina

A piscina de ondas do 11 vezes campeão mundial Kelly Slater é cotada para ser a casa do surfe nas Olimpíadas de Los Angeles 2028.

Falta de ondas, que gerou atrasos, foi o assunto do surfe nas Olimpíadas 2024. Foto: Divulgação

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Gabriel Medina conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Paris após sofrer com a falta de ondas em Teahupoo, no Taiti, na semifinal. O “problema”, no entanto, pode estar com os dias contados, já que a piscina de ondas do 11 vezes campeão mundial Kelly Slater é cotada para ser a casa do surfe nas Olimpíadas de Los Angeles 2028.

O QUE ACONTECEU

Com o objetivo de promover a “onda perfeita”, o Surf Ranch foi inaugurado em 2015 e recebeu etapas do Circuito Mundial nos últimos anos. A piscina está localizada em Lemoore, na área rural da Califórnia e a cerca de 330km de Los Angeles.

A piscina proporciona ondas de até 1 minuto, com tubos e também paredes para execução de manobras. As ondulações também quebram tanto para a direita quanto para a esquerda.

As ondas são formadas a partir de um “trem” que pode chegar a 30km/h e percorre aproximadamente 700m. O “trem” conta com aproximadamente 150 pneus de caminhão e é responsável por mover o hidrofólio, uma espécie de pá que controla o formato da onda.

Dessa forma, a piscina não permite um mar sem ondas ou janelas longas e dias sem competição. Ela não depende das condições climáticas. No Circuito Mundial, a etapa na onda artificial de Kelly Slater dura apenas três dias, algo que -pensando no apertado calendário olímpico- se torna um trunfo.

Não há também a disputa por prioridade, os surfistas competem um de cada vez e possuem número limitado de ondas. No modelo adotado no Circuito Mundial, cada atleta tinha direito seis ondas (três para a direita e três para a esquerda) e a nota final era formada a partir da soma das duas maiores (sendo obrigatoriamente uma da onda para a direita e outra para a esquerda).

Apesar do cenário favorável, o Surf Ranch não está garantido como sede do surfe em Los Angeles 2028. O debate ainda está em estágio inicial e existem praias “naturais” no estado da Califórnia -onde está localizada a cidade de Los Angeles- que também surgem como potenciais candidatas, como por exemplo Trestles, palco das finais do Circuito Mundial nos últimos três anos (2021 a 2023).

MEDINA NÃO RECLAMOU DE “DERROTA” PARA O MAR

Gabriel Medina surfou apenas uma onda na semifinal contra o australiano Jack Robinson, que também sofreu com a falta de ondas na final contra o francês e campeão olímpico Kauli Vaast. O brasileiro passou a maior parte da bateria sentado na prancha esperando a melhora do mar, o que não aconteceu.

Ele, porém, não reclamou das condições em Teahupoo e afirmou que o mar do Taiti já lhe deu muita alegria. Medina afirmou ainda que estava “amarradão” pela conquista de sua primeira medalha olímpica.

“Esse mar já me deu muita alegria. Faz parte, a gente tem que saber lidar com o mar, infelizmente a minha primeira bateria foi de poucas ondas, mas faz parte do esporte. Fico feliz porque dei o meu melhor e isso que é importante, independentemente do resultado. O começo foi triste, mas terminou com um final feliz. Estou amarradão”, disse Medina, ao SporTV.

BRASILEIROS DOMINAM PISCINA DE SLATER

Gabriel Medina e Filipe Toledo foram os finalistas das três primeiras etapas do Circuito Mundial disputadas no Surf Ranch. Medina tem dois títulos (2018 e 2019), contra um de Filipinho (2021).
Medina venceu também o evento-teste da piscina de ondas em 2017. Para manter a dobradinha, Filipe Toledo foi o segundo colocado.

Já Italo Ferreira foi vice-campeão em 2023, derrotado por Griffin Colapinto (EUA). Na ocasião, Filipinho foi semifinalista, e Medina parou nas quartas.

A etapa não integra o calendário do Circuito Mundial de 2024.