Paris 2024

Polêmica do gesto só ocorreu no Brasil, diz federação de ginástica sobre treinadora húngara

Sentada na área de competição, enquanto aguardava a nota de sua ginasta, a treinadora fez um sinal interpretado como supremacista branco

Noémi Gelle ao lado da ginasta em Paris com o gesto, repetido duas vezes, que causou polêmica. Foto: Reprodução

ANDRÉ FONTENELLE
PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – “Reconhecemos que o gesto tem um significado particular no Brasil [e só recebemos demandas de mídia do Brasil], mas lembramos que os Jogos Olímpicos são um evento internacional, com um público internacional.”

Foi dessa forma que o chefe da comunicação da Federação Internacional de Ginástica, Paul O’Neil, minimizou a polêmica em torno de um gesto feito pela treinadora de ginástica rítmica húngara Noémi Gelle, durante as provas nas Olimpíadas de Paris, nesta quinta-feira (8).

Sentada na área de competição, enquanto aguardava a nota de sua ginasta, a treinadora fez um sinal interpretado como supremacista branco, com indicador e polegar unidos e os outros três dedos bem abertos.

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Ele é semelhante ao sinal de “OK” em muitas culturas, mas também pode ser usado no sentido de “White Power”, “Poder Branco”, porque a posição dos dedos se lembra as letras “WP”.

Captada pela transmissão de TV, a cena viralizou. No Brasil, tornou-se um tópico de discussão nas redes sociais desde quinta.

Por outro lado, a FIG condenou o “abuso em sua conta nas redes sociais” sofrido desde o início da controvérsia pela ginasta Fanni Pigniczki, treinada por Gelle. “Não há lugar para isso na ginástica, e a FIG condena nos termos mais fortes possíveis.”

O’Neil reproduziu, como já havia feito na véspera, texto do site da Liga Anti-Difamação, recomendando cautela antes de interpretar o sinal feito por Gelle como supremacista.