Polícia cumpre mandados de busca e apreensão no Cruzeiro e na casa de dirigentes
Cumprimento destes mandados é um novo passo da operação policial que investiga membros da diretoria do clube, acusado de falsificação de documentos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro
O cumprimento destes mandados é um novo passo da operação policial que investiga membros da diretoria do clube, acusado de falsificação de documentos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Esta operação foi denominada Primeiro Tempo e é realizada pela Divisão Especializada de Investigação a Fraudes da Polícia Civil de MG, que prometeu emitir um comunicado nesta terça-feira para esclarecer as diligências.
A investigação começou após uma reportagem veiculada pelo programa Fantástico, da TV Globo, no final de maio, revelar denúncias de irregularidades na atual administração do Cruzeiro. Entre as denúncias estão a venda no ano passado de parte dos direitos econômicos de Estevão William, chamado de “Messinho”, então com 11 anos, para pagar uma dívida de R$ 2 milhões com o empresário Cristiano Richard. A Lei Pelé e o Estatuto da Criança e do Adolescente proíbem menores de 12 anos de possuírem contratos empregatícios.
Para quitar o débito com Cristiano Richard, o Cruzeiro, segundo apurou um inquérito da Polícia Civil, incluiu parte dos direitos de jogadores do profissional, como Raniel e Murilo, ambos já vendidos pelo clube, além de Cacá, David e de outros atletas que passaram pela base cruzeirense e acabaram sendo negociados, como por exemplo Gabriel Brazão e Vitinho.
A reportagem veiculada pela TV Globo em maio também apontou irregularidades em transações e valores superfaturados pagos pelo Cruzeiro para empresas prestadoras de serviço. A Polícia Civil já interrogou 15 pessoas que mantinham relações com o clube, entre as quais funcionários, ex-empregados, dirigentes e agentes esportivos.
Para completar, a Polícia Civil investiga os aumentos expressivos dos valores nos salários de dirigentes, como Itair Machado e Sérgio Nonato, a contratação de conselheiros para prestação de serviços e pagamentos feitos às torcidas organizadas.
Em meio a este escândalo, o Cruzeiro viu a sua dívida geral subir de R$ 384 milhões em 2017 para R$ 520 milhões em 2018 e ainda não teve o seu balanço financeiro do ano passado aprovado pelo Conselho Fiscal do clube.
CRUZEIRO DIZ APOIAR INVESTIGAÇÃO
“O clube informa que entregou às autoridades toda a documentação solicitada para a investigação. Lamentamos apenas que este fato esteja acontecendo exatamente às vésperas de uma decisão importante na Copa do Brasil. O Cruzeiro Esporte Clube informa que continuará à disposição das autoridades competentes para quaisquer tipos de outros esclarecimentos necessários”, completa a nota.
Atual bicampeão da Copa do Brasil, com os títulos obtidos em 2017 e 2018, o Cruzeiro enfrenta o arquirrival Atlético-MG às 20 horas desta quinta-feira, no Mineirão, no duelo de ida das quartas de final desta edição da competição. O confronto de volta do mata-mata será no próximo dia 17, no estádio Independência, em Belo Horizonte.