MENGÃO

Política esquenta no Flamengo, e Landim vê pressão subir da Gávea à arquibancada

Em campo, vitória do Flamengo sobre o Altos e celebração pela classificação às oitavas de…

Em campo, vitória do Flamengo sobre o Altos e celebração pela classificação às oitavas de final da Copa do Brasil. Nas arquibancadas protestos contra membros da cúpula do clube. A instabilidade se instaurou nos primeiros meses após a sua reeleição, e o presidente Rodolfo Landim vive um clima conturbado na política. O dirigente vê a oposição crescer e a pressão subir, da Gávea à arquibancada.

O passo à frente na competição nacional foi um respiro, mas não o suficiente para afastar a turbulência, principalmente internamente. A aprovação da emenda que limita o número de associados “Off Rio” foi, talvez, o estopim para uma relação que já vinha dando sinais de desgaste. Ainda que a decisão seja do Conselho Deliberativo, as consequências respingam até na presidência, tornando Landim o principal alvo das críticas.

Na partida contra o Altos, na última quarta-feira (11), antes de a bola rolar, faixas com “Fora, Landim” e “Fora [Marcos], Braz”, vice-presidente de futebol, puderam ser vistas nas arquibancadas do Raulino de Oliveira, em Volta Redonda. Ao apito final, os dois foram alvos de xingamentos.

O eco negativo quanto à restrição no quadro para mil associados que residem em um raio superior a 100 quilômetros dos limites do município do Rio não era esperado e gerou surpresa. O assunto tornou-se pauta no eixo fora da Gávea. Diante do cenário, a ordem nos corredores é que o assunto seja evitado, com o intuito de não fazer a bola de neve ganhar novos contornos.

Segundo o UOL Esporte apurou, Braz era contra a medida relacionada ao Off Rio, mas, em meio aos reflexos que ela teve, acabou sendo arrastado para o centro da polêmica. Apesar de certa contrariedade, o dirigente voltou a favor.

DIVISÃO NA BASE

Enquanto isso, há uma divisão na base da gestão. Alguns grupos políticos da situação ainda mantêm firmes o apoio, embora a insatisfação seja crescente. Outros, por sua vez, já começam a fazer questionamentos à Chapa Roxa, encabeçada por Landim. Não à toa, conselheiros de diversas correntes políticas propuseram emenda que será apresentada ao Conselho Deliberativo e que visa derrubar a limitação.

Além disso, a recente entrevista concedida a Mauro Cezar Pereira, colunista do UOL Esporte, gerou alguns atritos e se tornou mais um motivo de forte crítica ao presidente. Na ocasião, Landim indicou um avanço com a decisão do Conselho Deliberativo e tratou os sócios-proprietários como “donos” do clube.

“Essa sua primeira pergunta deveria ser respondida pelos conselheiros do clube, em sua grande maioria sócios proprietários que são os verdadeiros donos do Flamengo e que fizeram um bom investimento para comprar um título do clube. Essa foi uma decisão dos sócios e não da diretoria, cujos membros na qualidade de sócios votaram de acordo com o seu entendimento e sem orientação ou fechamento de questão. A prova é que tivemos VPs [vice-presidentes] votando a favor e contra”, disse.

O momento político conturbado externa também que a relação entre Rodolfo Landim e Luiz Eduardo Baptista, presidente do Conselho de Administração, já não é a mesma. Visto como braço direito do mandatário, Bap votou a favor da emenda do Off Rio. Mesmo alinhados neste tema, há divergência entre as partes. Internamente, há quem diga que o laço está estremecido.

CONFIANÇA NA MUDANÇA DO CENÁRIO

O silêncio da cúpula diante dos resultados negativos e a ausência de um posicionamento diante das recentes declarações de Jorge Jesus a Renato Maurício Prado, colunista do UOL Esporte, também são alvo de contestações.

No entanto, a pressão não assombra somente a Rodolfo Landim, Marcos Braz é outro alvo das críticas. Com o respaldo do departamento de futebol, Paulo Sousa se mantém no cargo. Há, internamente, a sensação de que a maré pode começar a mudar em campo.

A sequência de jogos em casa -após o duelo com o Ceará, serão quatro jogos como mandante e o clássico com o Fluminense-, e o retorno de alguns nomes que estão no departamento médico, como aconteceu com o zagueiro Rodrigo Caio, são os principais motivos para essa expectativa.