FUTEBOL

Prefeitura fecha Allianz, mas Justiça libera jogos provisoriamente

A razão é por o estádio desrespeitar os limites de barulho impostos pelo Programa de Silêncio Urbano

Allianz Parque em jogo do Palmeiras na final do Paulistão
Allianz Parque em jogo do Palmeiras na final do Paulistão. Foto: Divulgação - Twitter Allianz Parque

A Justiça de São Paulo determinou o fechamento administrativo do estádio Allianz Parque, casa do Palmeiras, localizado no bairro da Pompeia. A razão é uma terceira multa por desrespeito aos limites de barulhos impostos pelo PSIU (Programa Silêncio Urbano). No período da tarde desta sexta-feira (8), porém, a empresa dona do estádio entrou com pedido de liminar na Justiça de São Paulo e obteve autorização para realização de eventos no local.

O estádio fica em uma área residencial na zona Oeste de São Paulo, mas dentro de uma região especial, onde os níveis de ruído podem chegar a 50 decibéis durante a noite, depois das 22h.

Mas esse limite foi desrespeitado, segundo a Prefeitura, durante o show da banda Maroon 5, no último dia 5. Por causa deste show, o Palmeiras jogou a final do Campeonato Paulista sem lotação máxima em seu estádio, com o palco cobrindo a visão de parte das arquibancadas.

Pela Lei 16.402/2016, em caso de terceira multa, o estabelecimento é fechado administrativamente, o que significa que ele não poderia receber eventos. Foi o que aconteceu com o Allianz mais cedo.

No período da tarde, a Real Arenas, dona do estádio, entrou com pedido de liminar na Justiça de São Paulo solicitando autorização para fazer eventos até a decisão final do mérito. No pedido de mandado de segurança, argumentou que o alvará do evento era dos organizadores, não do estádio, de forma que o Allianz não poderia ser punido pelo desrespeito ao alvará. Em sua argumentação, a proprietária do estádio alega também “que não é reincidente na infração, já que os fatos considerados pela autoridade coatora ocorreram há mais de 5 anos”.

A decisão, da 3ª Vara de Fazenda Pública, saiu há pouco, autorizando o estádio a receber eventos, “desde que previamente licenciadas perante as autoridades competentes”. Não fica claro na decisão quais seriam estas licenças.

Na decisão, o juiz Marcelo Hannoun alegou que o fechamento do estádio hoje teria grande impacto. “Também ficou demonstrada a ineficácia da medida caso venha a ser finalmente deferida, considerando que há eventos de grande magnitude previstos para datas próximas, inclusive no dia de amanhã (09/04/2022), indicando risco de grave prejuízo para a impetrante e inúmeros consumidores, bem como a desproporcionalidade do imediato fechamento do local sem a oportunidade de prévia adequação à legislação”.