Terceira Tentativa

Primeiro gol em Mundiais é meta inicial do Palmeiras nos Emirados

Clube paulista entra em campo nesta terça-feira (8), às 13h30, diante do Al Ahly, do Egito

Rony é uma das peças ofensivas e esperança de gols do Palmeiras no Mundial de Clubes. Foto: Fabio Menotti - Palmeiras

Quando o Palmeiras estrear no Mundial de Clubes nesta terça-feira (8), às 13h30 (de Brasília), contra o Al Ahly, do Egito, soltar um grito que está entalado na garganta dos torcedores será o primeiro objetivo do time nos Emirados Árabes Unidos.

Em sua terceira tentativa de conquistar o inédito título, a equipe alviverde busca seu primeiro gol na história da competição. Considerando a edição de 2020 (realizada em 2021), além da disputa de 1999, os palmeirenses passaram em branco nas três partidas que já jogaram pelo torneio.

Há 23 anos, Alex até chegou a balançar a rede do Manchester United, mas o gol anotado pelo camisa 10 acabaria erroneamente anulado pela arbitragem, por impedimento, numa época em que não exista o VAR (árbitro de vídeo) -os ingleses venceram o jogo por 1 a 0, gol de Roy Keane, após falha do goleiro Marcos.

No ano passado, porém, o Palmeiras não pôde culpar ninguém além de seus próprios jogadores pela fraca campanha que teve no Mundial. Perdeu para o Tigres, do México, na semifinal, por 1 a 0, e empatou sem gols também com o Al Ahly na disputa do terceiro lugar -nos pênaltis, o time de Abel Ferreira perdeu por 3 a 2.

O quarto lugar na classificação final fez a equipe registrar a mais fraca campanha de um clube sul-americano em Mundiais. Até então, outros quatro times do continente que também haviam sido derrotados na semifinal (Internacional, Atlético-MG, Atlético Nacional-COL e River Plate-ARG) ao menos conseguiram vencer a disputa pelo terceiro lugar.

Para o técnico palmeirense, contudo, o Palmeiras está mais bem preparado agora. “A nossa equipe está mais experiente, apesar de ser uma equipe jovem. Tivemos sete ou oito finais, ganhamos umas e perdemos outras. A vida não é feita somente de vitórias, as derrotas também fazem a gente crescer. O Mundial do ano passado foi duro”, disse.

O desempenho palmeirense no Qatar, onde foi realizada a última edição, foi mais um motivo de gozação para torcedores rivais, que além do fato de provocar os palmeirenses pela carência do título, ironizaram a seca de gols.

A brincadeira deixou os palestrinos ainda mais na bronca, sobretudo porque muitos, assim como o próprio clube, consideram a Copa Rio de 1951 como um Mundial. A Fifa, porém, não reconhece o torneio com essa chancela -na ocasião, a formação paulista disputou sete jogos e fez dez gols.

Aumentar o poder de ataque da equipe foi justamente a maior preocupação da diretoria para a temporada. Desde que assumiu a presidência, em dezembro, Leila Pereira tem buscado no mercado um centroavante para o elenco de Abel Ferreira.

Depois de algumas tentativas frustradas, como a negociação com o argentino Lucas Alario, atualmente no Bayer Leverkusen (ALE), o time acabou viajando sem o atacante pretendido pelo comandante.

No ano passado, a principal referência do ataque alviverde no Qatar foi Luiz Adriano. O jogador, porém, teve o seu contrato rescindido após entrar em litígio com a torcida.

Apesar de não ter o centroavante que pediu, Abel contará desta vez com Dudu no setor ofensivo. Ídolo da torcida, ele é o jogador do atual elenco com mais gols pelo clube, 76, somando suas duas passagens. Ele também lidera o ranking de assistências, com 81. E, no último jogo antes do embarque, conquistou diante do Água Santa, pelo Paulista, a centésima vitória dele pelo Palmeiras -e ainda definiu o placar de 1 a 0.

Feliz com a marca, o jogador disse estar pronto para disputar o título que falta à galeria alviverde. “A gente tem um campeonato muito importante, o mais importante da história do clube. Espero que a gente possa voltar com esse título, que a torcida toda sonha”, afirmou.

Caso Abel não prepare nenhuma surpresa, o camisa 7 deverá ter Rony como seu companheiro na linha de frente. Assim, a provável formação alviverde tem Weverton; Gustavo Gómez, Luan e Murilo; Marcos Rocha, Danilo, Zé Rafael e Gustavo Scarpa; Raphael Veiga, Dudu e Rony.

Bicampeão da Libertadores pelo Palmeiras (2020 e 2021), Rony viaja com o prestígio de ser o segundo maior artilheiro do time na história do torneio sul-americano, com 11 gols, ao lado de Willian, Borja e Tupãzinho, e atrás apenas de Alex (12).

É no poder de fogo da dupla que a torcida aposta para superar o primeiro desafio no Mundial: ver o Palmeiras marcar um gol.