DÍVIDAS

Corinthians pode sofrer colapso financeiro em 2020, diz relatório

Clube registrou déficit de R$ 177 milhões em 2019; crise foi agravada pela pandemia do coronavírus

Atacante Vagner Love, do Corinthians, comemora gol (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)

Um relatório obtido com exclusividade pelo site Meu Timão alega que o Corinthians pode entrar em “colapso financeiro” em 2020 e tornar-se insolvente. O documento foi elaborado por José Carlos Passaretti, consultor financeiro especializado em gestão de riscos. Com base no balanço alvinegro de 2019, que apresentou déficit de R$ 177 milhões, e no orçamento deste ano, o cenário traçado para o clube paulista é de muito pessimismo.

“A simples análise do realizado de 2019 com o orçado de 2020 nos transmite a clara conclusão de que, se não forem adotadas pela diretoria medidas drásticas de cortes de custos e despesas operacionais, certamente o clube terá novamente um déficit relevante, agravando ainda mais a situação atual das finanças do clube, com sérios riscos de insolvência”, salienta o estudo.

O documento ainda afirma que a equipe alvinegra deve vender vários jogadores imediatamente e também rever políticas de investimentos.

“A venda de jogadores se faz necessária, pois, é o único ativo disponível para negociação nesse momento. Da mesma forma, o clube deve rever sua política de investimento nas categorias de base, já que o valor agregado não é compatível com o benefício esperado”, explica.

Também é apontado que o buraco corintiano está ficando cada vez mais fundo, com aumento de 78% em despesas com juros de empréstimos e financiamentos, não recolhimento de impostos, descumprimento de regras do Profut e a possibilidade de se tornar devedor do fundo de pagamento da Arena Corinthians.

O relatório ainda apresentas ações a serem tomadas de maneira urgente pela diretoria comandada por Andrés Sanchez.

1. Nomear uma comissão composta por profissionais que atuem na área financeira e de planejamento financeiro

2. Avaliar a atual situação financeira do clube face os efeitos da crise do Covid-19

3. Estabelecer um plano de ação para os próximos seis meses, para reduzir significativamente as despesas operacionais

4. Identificar novas fontes de receitas e venda de ativos (jogadores)

5. Revisar o orçamento aprovado pelo Conselho Deliberativo para 2020 e submetê-lo a nova apreciação do órgão estatutário

“Considerando o grave desequilíbrio entre o orçado e o realizado, o enorme déficit acumulado e o descumprimento das regras do Profut entendemos que deveria ser considerado, na avaliação do auditor, a probabilidade de significativa expectativa de insolvência ou descontinuidade operacional em decorrência da incapacidade da instituição de cumprir com suas obrigações, considerando principalmente a expectativa do caixa gerado pelas atividades operacionais, capacidade de obtenção de empréstimos de instituições financeiras brasileiras e financiamento próprio, considerando os graves efeitos da crise econômica que certamente irá afetar o mercado do futebol em 2020”, diz outro trecho do estudo.