Eternizado na História

Relembre o dia que o Rei Pelé parou uma guerra na África

Em 1969, na cidade de Benin, houve um cessar fogo para que todos pudessem ver o Rei Pelé jogar

Uma excursão do Santos na África ficou marcado na história, quando todos pararam para ver o Pelé jogar. Foto: Santos FC

Eternizado em uma música: “Só o Santos parou a guerra, com Rei Pelé bi mundial”, assim se resume a uma das grandes histórias envolvendo Edson Arantes do Nascimento, quando o assunto era futebol. Com a camisa 10 do Peixe, ele ao lado de seus companheiros causaram um cessar fogo na África, mais precisamente na Nigéria, que passava entre os locais e os separatistas do Leste Africano, mas todos eles pararam para acompanhar o maior jogador de todos os tempos.

Relembre a história

Como era tradicional naquela época dos anos 60 e 70, o time do Santos comandado por Pelé viajava para excursões para enfrentar equipes de todo os continentes. Desde os poderosos Real Madrid e Inter de Milão, até conglomerados que se juntavam para enfrentar e assistir o maior jogador de todos os tempos. Em 1969, após já ter visitado a África, o Peixe foi para a Nigéria, onde recebeu um convite do governo local para ir à cidade do Benin.

A partida não tinha sido programada anteriormente pelo empresário Samuel Ratinoff e sua realização só foi decidida após o time santista ter recebido garantias de que sua permanência em solo nigeriano seria feita com total segurança pelas autoridades locais. O intuito do governo nigeriano era melhorar sua imagem diante da população de Benin, local que era afetado pelos
conflitos internos da região.

Jornal da Gazeta Esportiva

“Eles queriam que o Santos voltasse à sua nação porque havia um movimento separatista para formar a República de Biafra, no enclave do território nigeriano. Nessa cidade, a guerrilha de Biafra tinha um grande movimento organizado”, explica Guilherme Nascimento, autor do livro Almanaque do Santos FC, em entrevista para a Gazeta Esportiva.

O jogo contra a Seleção do Centro-Oeste foi vencido por 2 a 1, com gols de Edu e Toninho Guerreiro, e todos os ingressos para a partida foram vendidos. A história relata que o governo nigeriano decretou um cessar-fogo para que eles pudessem se deslocar do hotel para o estádio Ogbe em segurança e depois retornar ao local onde estavam hospedados.

Havia apenas um jornalista brasileiro acompanhando a delegação do Santos durante aquela excursão para a África. Era Gilberto Castor Marques, que escreveu para “A Tribuna”. Nas páginas do jornal, ele registrou que foi decretado feriado local por causa do Santos.

A guerra entre os nigerianos e os separatistas do Leste Africano, que queriam a criação de um país com o nome de Biafra, teve início em 1967 e terminou em janeiro de 1970 com a morte de mais de um milhão de civis, dizimados pela fome e por horrendos confrontos.