Ronaldinho Gaúcho e irmão são detidos pela polícia do Paraguai
A prisão preventiva no Paraguai é medida utilizada quando se acredita na existência do risco de fuga da pessoa investigada.
A polícia paraguaia prendeu preventivamente na noite desta sexta-feira (6) Ronaldinho Gaúcho, 39, e seu irmão Roberto de Assis, 49, após ordem da Procuradoria-Geral do país.
A prisão preventiva no Paraguai é medida utilizada quando se acredita na existência do risco de fuga da pessoa investigada. Ela pode durar até 48 horas, prazo máximo para que o detido seja submetido a um juiz ou que a detenção seja revogada.
O ex-jogador e o irmão foram levados por agentes para a Agrupácion Especializada da Policia Nacional, em Assunção. Eles estavam hospedados no hotel Sheraton. O local da detenção é improvisado, normalmente utilizado para reclusão de pessoas ligadas a grupos criminosos e narcotraficantes.
Procurado pela reportagem, o advogado dos irmãos Assis, Sérgio Queiroz, não se manifestou até a publicação deste texto.
Nesta tarde, a Justiça paraguaia não aceitou a posição do Ministério Público de não levar adiante uma investigação sobre a dupla, que entrou no país com documentos de identificação falsos na última quarta-feira (4) para uma série de eventos.
Após mais de seis horas de audiência com os brasileiros nesta sexta, foi determinado que o caso fosse remetido para a procuradora-geral do Estado, Sandra Quiñónez, que poderá manter ou rever a decisão inicial da Promotoria em até dez dias.
O instrumento jurídico “critério de oportunidade”, presente no código penal paraguaio, havia sido usado pelo Ministério Público como embasamento para livrá-los do processo penal.
Na quinta-feira (5), o promotor Frederico Delfino declarou que os brasileiros admitiram o delito, mas estariam livres de uma punição porque teriam sido “enganados em sua boa-fé”.
A possibilidade de prescindir da ação penal costuma ser adotada em casos de crimes financeiros, quando o autor admite o delito, mas não possui antecedentes criminais no país e colabora com a investigação. O juiz do caso, Mirko Valinotti, discordou de que esse critério pudesse ser utilizado no momento.
Como não foram adotadas medidas cautelares, não havia impedimento legal para que Ronaldinho e Assis deixassem o país. Após saírem da audiência com a Justiça, eles voltaram para o hotel, onde foram detidos.