O Mundial de Pilotos da Fórmula 1 tem um novo líder. O alemão Nico Rosberg recuperou a ponta da tabela neste domingo, ao vencer de ponta a ponta o GP de Cingapura, no Circuito de Marina Bay. Em uma prova que parecia tranquila mas que lhe rendeu sustos no fim, o piloto cruzou a linha de chegada em primeiro e ultrapassou seu companheiro de Mercedes, Lewis Hamilton, na temporada 2016.
Foi a terceira vitória consecutiva de Rosberg, que já havia levado a melhor na Bélgica e na Itália. Foi também o oitavo triunfo na temporada do alemão, que assim subiu para 273 pontos, deixando Hamilton com 265. O próximo capítulo dessa briga particular da Mercedes acontecerá na Malásia, no dia 2 de outubro.
Rosberg também foi ajudado por um fim de semana pouco inspirado de seu grande rival, Hamilton. Assim como no treino classificatório de sábado, o inglês foi superado pelo alemão e também pelo australiano Daniel Ricciardo, que foi o segundo colocado da prova. Ele chegou inclusive a ser quarto neste domingo, mas garantiu um lugar no pódio e minimizou o prejuízo com a terceira colocação.
Ricciardo, aliás, foi um dos destaques do fim de semana e, após surpreender no treino de sábado, quase tirou a vitória de Rosberg na reta final deste domingo. A estratégia da Mercedes se provou arriscada e o piloto da Red Bull tirou proveito da melhor escolha de pneus para cortar a larga diferença nas últimas voltas. Mas ficou só na ameaça.
O domingo também foi bastante discreto para os brasileiros. Felipe Massa, da Williams, e Felipe Nasr, da Sauber, tiveram desempenhos semelhantes e, por isso, ficaram bastante próximos na classificação, sem pontuar. Depois de largar em 11.º, Massa terminou em 12.º. Já Nasr saiu em 17.º e foi o 13.º.
A PROVA – A largada foi bastante conturbada graças a um acidente envolvendo Nico Hulkenberg. O piloto da Force India foi tocado quando tentava ultrapassagens e bateu no muro, abandonando a prova. O acidente deixou detritos na pista e resultou na entrada do Safety Car.
Quem se deu mal com o acidente foi Valtteri Bottas, que teve o pneu de seu carro furado por um pedaço do carro de Hulkenberg e precisou ir para os boxes. Com a relargada após a retirada dos detritos, Hamilton tentou atacar Ricciardo, que manteve-se firme na segunda colocação.
Um pouco mais atrás, Kimi Raikkonen mostrava estar em bom dia e conquistou a quarta colocação de Max Verstappen. O piloto da Red Bull caiu da quarta para a sétima posição, mas como já se tornou costume nesta temporada, protagonizou um show à parte com belas ultrapassagens e disputas intensas, principalmente com Daniil Kvyat e Fernando Alonso.
Na liderança, Rosberg aproveitou-se da superioridade de seu carro e disparou na ponta. A Mercedes tentou repetir a estratégia utilizada em Monza e colocou pneus macios nos carros de seus pilotos, para que eles fizessem uma parada a menos nos boxes, mas a opção se provaria arriscada mais tarde.
Os carros da equipe também começaram a enfrentar problemas com os freios, e isso foi fundamental para a queda de Hamilton. Com clara dificuldade em controlar sua Mercedes, o inglês foi ultrapassado na 34.ª volta por Raikkonen, que assumiu a terceira colocação.
Só que assim que os freios estabilizaram, Hamilton passou a ser o piloto mais veloz na pista. Raikkonen, por sua vez, tentava manter o rendimento antes de ir para os boxes. Mas não teve jeito. O piloto inglês foi mais feliz em sua parada no pit stop, e quando o finlandês retornou à pista após trocar os pneus, já havia sido ultrapassado.
A corrida se encaminhava para um fim tranquilo, com Rosberg mantendo a liderança, Ricciardo bastante distante na segunda colocação e Hamilton já não mais ameaçado em terceiro, após a queda de rendimento de Raikkonen, que mantinha-se em quarto.
Mas Rosberg passou a enfrentar uma clara queda de rendimento por conta de seus pneus macios. Ricciardo parou nos boxes e colocou os compostos supermacios que lhe davam vantagem sobre o alemão. Com isso, chegou a tirar mais de dois segundos de diferença para o líder a cada volta.
A distância confortável que beirava os 30 segundos, caiu para três com uma velocidade incrível. Ricciardo, apoiado por sua equipe, atacava o alemão e confiava na possibilidade de uma improvável vitória. A duas voltas para o fim, o australiano chegou a ficar menos de dois segundos do líder, mas a bandeira quadriculada trouxe o alívio a Rosberg.
Confira a classificação final do GP de Cingapura:
1º – Nico Rosberg (ALE/Mercedes), em 1h17min28s089
2º – Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull), a 0s488
3º – Lewis Hamilton (ING/Mercedes), a 8s038
4º – Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 10s219
5º – Sebastian Vettel (ALE/Ferrari), a 27s694
6º – Max Verstappen (HOL/Red Bull), a 71s197
7º – Fernando Alonso (ESP/McLaren), a 89s198
8º – Sergio Pérez (MEX/Force India), a 111s062
9º – Daniil Kvyat (RUS/Toro Rosso), a 111s557
10º – Kevin Magnussen (DIN/Renault), a 119s952
11º – Esteban Gutiérrez (MEX/Haas), a 1 volta
12º – Felipe Massa (BRA/Williams), a 1 volta
13º – Felipe Nasr (BRA/Sauber), a 1 volta
14º – Carlos Sainz Jr. (ESP/Toro Rosso), a 1 volta
15º – Jolyon Palmer (ING/Renault), a 1 volta
16º – Pascal Wehrlein (ALE/Manor), a 1 volta
17º – Marcus Ericsson (SUE/Sauber), a 1 volta
18º – Esteban Ocon (FRA/Manor), a 2 voltas
Não terminaram a prova:
Valtteri Bottas (FIN/Williams)
Nico Hülkenberg (ALE/Force India)
Romain Grosjean (FRA/Haas)
Jenson Button (ING/McLaren)