Sem acordo, clubes brasileiros decidem dar 20 dias de férias a atletas
A situação será reavaliada no dia 15, com a possibilidade de extensão do período até o fim do mês
Sem um acordo coletivo com os jogadores, os clubes das quatro divisões do Campeonato Brasileiro decidiram dar férias coletivas a eles de 1º a 20 de abril. A situação será reavaliada no dia 15, com a possibilidade de extensão do período até o fim do mês, algo que dependerá dos protocolos de isolamento para contenção da pandemia do novo coronavírus.
Os dirigentes da Comissão Nacional de Clubes (CNC) se reuniram por videoconferência, nesta quinta-feira (26), com representantes de 30 equipes para definir um rumo após o impasse na negociação com atletas em relação a corte de salário e um período maior de férias. Como não houve acerto coletivo, cada agremiação vai negociar individualmente com seu elenco.
A Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) recusou a proposta feita pelos clubes, que desejavam uma redução de 25% dos salários. Já os clubes não aceitaram o pedido dos atletas, que queriam 30 dias de férias remuneradas agora, mais 10 dias no período das festas de fim de ano.
“Cada clube vai definir com seus jogadores. São realidades muito diferentes entre, por exemplo, um time da Série A e um da Série D”, disse o secretário-geral da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Walter Feldman -a CNC é um órgão estatutário da CBF.
Na reunião realizada nesta quinta, os dirigentes dos clubes também demonstraram o desejo de manter as fórmulas de disputa das competições. Isso não será fácil, especialmente nas duas primeiras divisões, realizadas em sistema de pontos corridos, com turno e returno, com 20 equipes. São 38 rodadas.
A situação é ainda mais desafiadora se levado em conta o fato de que as competições estaduais estavam em andamento no momento da paralisação. O Campeonato Paulista, por exemplo, ainda tem pendentes duas rodadas da fase de classificação e quatro datas reservadas para os mata-matas.
Mesmo assim, a ideia dos clubes, ao menos neste momento, é completar os estaduais e manter o formato dos torneios nacionais. Eles temem que uma mudança nos regulamentos, com menos partidas, custe-lhes o dinheiro ligado a contratos de patrocínio e de exibição dos duelos pela televisão.