FOME DE BOLA?

Tite compara futebol à gastronomia para explicar desenvolvimento da seleção

Na entrevista, Tite comparou o futebol à gastronomia

O técnico Tite decidiu mais uma vez não revelar a escalação da seleção brasileira. Ele preferiu esconder os 11 que vai escalar no clássico com a Argentina neste domingo, às 16 horas, na Neo Química Arena, e fez, na coletiva prévia à partida, uma analogia curiosa para explicar o processo de construção da equipe.

Na entrevista, Tite comparou o futebol à gastronomia. Ele associou o trabalho de um técnico ao de um chefe de cozinha na montagem de uma equipe até chegar à sua plenitude.

“Às vezes assisto programa de gastronomia e acho que é uma analogia boa. Primeiro, você faz a parte do bolo, o recheio, depois progride para parte do glacê e vai construindo. É um pouco assim que se faz futebol. Gostaria que as coisas fossem apressadas, mas não são. É um processo todo, de desenvolvimento para atingir a plenitude, com criação, gol, consistência defensiva, vitória e beleza, que é a cereja do bolo. Que é o pontinho final”, comparou o treinador, provocando risos no auxiliar César Sampaio, também presente na coletiva.

Tite não adiantou a escalação, mas é certo que haverá uma mudança na zaga pois Marquinhos está suspenso. Miranda é o favorito para ficar com a vaga. Lucas Veríssimo e Léo Ortiz, do Bragantino, convocado na última sexta-feira, são as outras opções.

No ataque, é provável que Gabriel continue entre os titulares. Tite falou sobre o seu papel tático e técnico em campo. O atacante, segundo o treinador, tem na seleção a mesma liberdade para se movimentar que possui no Flamengo.

“Acompanhamos Gabi no Flamengo, no Santos, nos enfrentamentos. Precisa de espaço de movimentação, se for só o pivô, vou retirar características melhores. Vai ter técnico que quer que ele faça o que não faz de melhor. Essa liberdade de movimentação eu dou”, disse.

No bate-papo com os jornalistas, Tite afirmou que espera evolução da seleção brasileira. Contra o Chile, em Santiago, o time venceu por 1 a 0, mas o desempenho não foi bom, tanto que o goleiro Weverton foi um dos melhores em campo, com defesas fundamentais para o triunfo. O treinador projeta um jogo melhor também pela qualidade do gramado da Neo Química Arena, estádio que conhece bem, já que fez sucesso no Corinthians.

“O espetáculo vai ficar muito melhor, não pouco. O espetáculo de uma forma geral. A importância que tem o gramado do Corinthians e qualquer um nessas condições”, salientou. “99% dos jogadores pedem: ‘por que não jogamos todas aqui?’ Todos querem bom jogo, bom gramado, para terem velocidade de raciocínio, de execução”, acrescentou.

Tite admitiu que o clássico com a Argentina é diferente de outras partidas. “É inevitável dizer que o jogo tem conotação diferente. A gente só rivaliza com quem admira”, reconheceu. “Mas o que não podemos é jogar o jogo antes, temos absorver energia, ter serenidade, equilíbrio, discernimento. É um jogo emocional que mobiliza, que provoca perguntas, mas essa ponderação é fundamental”.

O Brasil lidera as Eliminatórias com 100% de aproveitamento. Soma 21 pontos, seis a mais que os argentinos. A seleção brasileira nunca perdeu um jogo de Eliminatórias sob o comando de Tite e busca a oitava vitória consecutiva no torneio classificatório para o Mundial do Catar.