Tite faz mistério na escalação e exalta astro rival: ‘Não tem como anular Messi’
Movido pelo respeito ao adversário, o técnico preferiu esconder qual será a formação titular
O treinador da seleção brasileira, Tite, utilizou nesta segunda-feira uma prática incomum em toda a carreira. Na véspera de enfrentar a Argentina, pela semifinal da Copa América, no Mineirão, ele não quis dar a escalação da equipe. Movido pelo respeito ao adversário, o técnico preferiu esconder qual será a formação titular e quis exaltar a dificuldade de ter de enfrentar Lionel Messi.
A única dúvida do Brasil é sobre a presença do lateral-esquerdo Filipe Luís. O jogador do Atlético de Madrid tem lesão na coxa direita e pode dar lugar para Alex Sandro. Tite definiu o time em dois trabalhos fechados nos últimos dias na Cidade do Galo. Se há uma incerteza, por outro lado o resto da formação não deve ter alterações, exceto pelo retorno do volante Casemiro, que cumpriu suspensão.
Tite justificou o mistério antes da semifinal por sentir que o momento pedia tal postura. Em toda a Copa América e mesmo na Copa do Mundo, na Rússia, o treinador confirmava a escalação ou nos treinos anteriores aos jogos definia o time diante da imprensa. Essa escolha, inclusive, chegou a gerar críticas de treinadores adversários, por considerarem a confirmação dos titulares uma postura arrogante.
Em entrevista coletiva no estádio do Mineirão, Tite disse que a seleção comandada por Lionel Scaloni evoluiu nos últimos jogos e se recuperou de um início ruim na Copa América. “A Argentina cresceu em termos coletivos. A coletividade potencializa a individualidade. Não se anula Messi. Pode-se diminuir as ações dele, mas não se consegue neutralizar. Assim como não se neutraliza jogadores como Coutinho, Firmino e Willian. Eles vão ser decisivos em alguns momentos”, disse.
O treinador contou ter dormido mal nos últimos dias e acordado no meio da madrugada para anotar ideias e planos para montar o time. Tite descartou vincular a semifinal a outros jogos anteriores do Brasil no Mineirão, por considerar qualquer comparação um recorte impreciso. As duas vindas recentes da equipe ao estádio tiveram a derrota por 7 a 1 para a Alemanha pela Copa de 2014 e os 3 a 0 sobre a Argentina, em 2016, pelas Eliminatórias do Mundial de 2018.
“A gente pega a história e escolha qual capítulo a gente quer”, disse Tite. “Nem nos credencia como favoritos a vitória por 3 a 0, nem nos alija de vencer a derrota que tivemos (para a Alemanha). É a nova oportunidade de um grande jogo, um grande espetáculo. Por mais rivalidade que se tenha, a gente só rivaliza com quem a gente admira. Se alguém não é grande, não se torna um rival”, afirmou.