Walter na segunda divisão do Goianão é triste demais
Walter tem talento de sobra para jogar campeonatos de destaque mas faltou preparo emocional para que todo potencial fosse explorado
Walter é craque. E não é exagero nenhum colocar o centroavante que firmou contrato hoje com o Goiânia para jogar a segunda divisão do Goianão nessa seleta categoria. O talento do cara transborda. Não há hipérbole quando esse fato é facilmente constatável.
Quando apareceu de verdade para o Brasil durante a primeira passagem pelo Goiás, nos anos 2012 e 2013, eu assistia a todos os jogos do meu time de coração no Serra Dourada. Era do sócio-torcedor do Verdão e aproveitei ao máximo meu direito de estar presente nas partidas esmeraldinas. Vi in loco o quanto Walter joga muito.
Bate bem na bola, inteligente para ler o jogo e fazer lançamentos precisos, possui faro de gol e tem aquele carisma que somente quem joga meio que irresponsavelmente tem. Não é à toa que se transformou em ídolo com a camisa 18.
Mas o que sobra nos pés falta na cabeça. A balança nunca foi amiga do jogador. E quando se tem uma predisposição genética ao sobrepeso, o juízo tem que ser dobrado. Nesse ponto que Walter se deu mal.
Ele teve oportunidades em camisas de respeito do futebol brasileiro. Foi eleito o melhor jogador do Brasileirão de 2013. Mas perdeu a luta contra a balança. E quanto mais engordava menos relevantes eram os clubes que defendia.
Hoje ele foi apresentado como reforço do Goiânia, time de passado glorioso mas presente deprimente. Fiquei triste ao ler a matéria aqui no Mais Goiás informando que ele tem só 33 anos. Repito: ele tem só 33 anos. Mas parece um veterano de 40 e muitos pelo tanto que a vida lhe cobrou.
Walter poderia estar jogando ainda em alto nível, disputando tranquilamente a série A do Brasileirão. Talento para isso não lhe falta. Infelizmente o cuidado com o prato não é o mesmo do fino trato que ele tem com a bola nos pés.
Uma pena.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Divulgação – Apito Esportivo