196 padres na Alemanha abusaram de 610 crianças, revela dossiê
Relatório foi elaborado por cinco especialistas da Universidade de Münster
Pelo menos 196 padres abusaram sexualmente de 610 crianças da diocese de Münster, na Alemanha, durante sete décadas e meia. No entanto, o número real de vítimas pode chegar a 6 mil. As conclusões fazem parte de um relatório elaborado por cinco especialistas da Universidade de Münster e divulgado na última segunda-feira (13). Os peritos avaliaram as denúncias de pedofilia entre 1945 e 2020.
Para o Correio Braziliense, Mike McDonnell — gerente de comunicação da Rede de Sobreviventes de Abusos Praticados por Padres (SNAP) e violentado pelos padres John P. Schmeer e Francis X. Trauger, dos 11 aos 13 anos, na Filadélfia — disse ter a certeza de muitas vítimas escolheram não participar do estudo para proteger o anonimato.
“Com base nas investigações feitas no Reino Unido, na França e nos EUA, o número de vítimas em Münster é extremamente baixo. Se a média de idade para a revelação de abuso por uma vítima é de 52 anos, isso significa que não escutamos nenhuma vítima dos anos 1990 até o dias atuais”, disse Mike.
“Não estou confiante sobre nenhuma ação criminal. Tenho certeza de que autoridades eclesiásticas suspenderão e removerão alguns padres, se eles ainda estão em atividade no ministério, apenas para retratar o bispo como alguém ‘durão’ no que diz respeito aos abusos”, acrescentou McDonnell.
Ainda segundo o dossiê, em média, dois atos de pedofilia ocorreram a cada semana na diocese de Münster, entre 1960 e 1970.
Historiador da Universidade de Münster e um dos autores do relatório, Klauss Grosse Kracht disse que os abusadores “se calaram, guardaram silêncio e somente intervieram superficialmente quando foi necessário, a fim de evitar um escândalo”. Para ele, a Igreja Católica encobriu sistematicamente dos abusos.
Padres da Igreja Católica na França abusaram de ao menos 200 mil crianças em 70 anos
Membros da Igreja Católica francesa abusaram sexualmente de mais de 200 mil crianças e adolescentes nos últimos 70 anos, afirma o relatório de uma abrangente investigação divulgado em 2021.
Segundo o chefe da comissão independente responsável pelo levantamento, Jean-Marc Sauvé, a igreja mostrou “indiferença profunda, total e até cruel durante anos”, escolhendo fechar os olhos contra as denúncias e proteger a si própria em vez de proteger as vítimas do abuso sistêmico. Leia na íntegra!
*Com informações do Correio Braziliense