Acidente com Super Tucano da Embraer nos EUA deixou um morto
A vítima e outro piloto estavam testando o aparelho da Embraer, que está na fase final de uma competição internacional para o fornecimento de aviões leves de ataque e reconhecimento
Um dos pilotos que estava no avião brasileiro Super Tucano que caiu durante um teste nos Estados Unidos, o aviador da Marinha Christopher Casey Short, foi declarado morto. Ele e outro piloto estavam testando o aparelho da Embraer, que está na fase final de uma competição internacional para o fornecimento de aviões leves de ataque e reconhecimento. O rival do brasileiro, que é ofertado em conjunto com a americana Sierra Nevada e montado na Flórida, é o americano AT-6B Wolverine.
A queda ocorreu na sexta (22) no Novo México, e ainda não teve a causa determinada. A Embraer irá colaborar com as investigações, mas de todo modo a notícia não é boa para as chances do avião na competição. O objetivo dos EUA é comprar inicialmente 15 aviões e testá-los como substitutos ao menos em boa parte das funções do venerando A-10 Warthog.
No ar desde 1977, o A-10 usa armamento e blindagem pesada em voos subsônicos a jato. Quem ganhar poderá ter acesso a um nicho potencial para fornecer até 120 aviões nos próximos anos. O problema do A-10, usado em todos os conflitos americanos desde a Guerra do Golfo de 1991, é que ele custa US$ 17 mil (R$ 64 mil) a hora-voo de operação. O Super Tucano, US$ 1.500 (R$ 5.600). O avião brasileiro, adotado por 14 Forças Aéreas, é considerado o melhor do mundo em sua categoria.
Mas está tendo uma carreira complicada nos EUA. Em 2014, os americanos compraram 20 Super Tucano para entregar à Força Aérea do Afeganistão onde combate o Taleban. No ano passado, um dos aparelhos sofreu uma falha de potência no motor até agora inexplicada e caiu na Geórgia -no caso, instrutor americano e aluno afegão conseguiram se ejetar em segurança. A perda relatada foi de US$ 17,7 milhões (R$ 67 milhões hoje).
Nas negociações para a aquisição da divisão de aviação regional da Embraer, uma das fichas colocada na mesa pela americana Boeing é exatamente facilitar a introdução de produtos do portfólio militar da brasileira nos EUA e em outros mercados nos quais tem presença. No desenho até aqui, a área de defesa ficará com o controle atual, onde o governo tem poder de veto no Conselho de Administração.