Ações do Twitter disparam nesta quarta; entenda o motivo
Empresa de mídia digital divulgou uma lista de vagas na qual cita um grupo chamado Gryphon, que trabalharia na plataforma de assinatura
As ações do Twitter, listadas na Bolsa de Nova York, chegaram a subir 12% nesta quarta-feira, diante de especulações de que a empresa de mídia digital está construindo um serviço pago por assinatura. A rede social está considerando fontes alternativas de receita, de acordo com uma fonte próxima aos planos da empresa.
O Twitter publicou recentemente uma lista de empregos, anunciando um grupo chamado Gryphon, ligado à “construção de uma plataforma de assinatura, que pode ser reutilizada por outras equipes no futuro”. O novo grupo de engenheiros da web trabalharia em estreita colaboração com a equipe de pagamentos e o grupo Twitter.com, de acordo com a publicação.
Diante das especulações, as ações subiram ao maior preço em mais de três meses, para US$ 36,98.
A ideia de um produto por meio de assinatura no Twitter tem sido discutida há anos, como uma alternativa aos atuais negócios de publicidade e de dados orientados pela empresa. O ex-diretor de operações da companhia Anthony Noto disse, em 2017, que o Twitter estudava cobrar por recursos aprimorados dentro do Tweetdeck, o produto da rede social para usuários avançados, embora isso nunca tenha se materializado.
Mais de 84% da receita do Twitter vem de publicidade, um negócio que estava crescendo antes da pandemia de coronavírus varrer o mundo. Adicionar um serviço de assinatura pode ajudá-lo a diversificar suas fontes de receita. No primeiro trimestre, as vendas do Twitter aumentaram apenas 3%, o menor patamar em mais de dois anos.
O presidente-executivo, Jack Dorsey, também está sob pressão de investidores ativistas para acelerar os negócios da empresa, e é possível que o serviço de assinatura inclua recursos especiais para os usuários mais frequentes, fornecendo mais receita no momento em que os orçamentos de publicidade estão diminuindo.
Acesso à plataforma
Mark Zgutowicz, analista da Rosenblatt Securities, disse que é altamente improvável que o Twitter considere possíveis funções por meio de assinatura em seus serviço. Em vez disso, ele acredita que poderá ser criada uma assinatura “para dados e análises voltados aos usuários mais avançados”.
Cobrar pelo produto principal do Twitter sempre foi visto como um gargalo em potencial para o crescimento do usuário, o que é importante para uma empresa que lucra com a publicidade.
“Acreditamos que existe uma importância real de que o Twitter seja acessível a todos no mundo, independentemente de sua estatura econômica e onde eles estejam na vida. Portanto, o caso geral foi tornar o Twitter livre e aberto”, disse Noto, em 2017.
O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, também foi questionado sobre a oferta de uma versão paga da rede social ao longo dos anos, mas argumentou que a plataforma deveria ser gratuita para atingir a maioria das pessoas.
Um porta-voz do Twitter se recusou a comentar. E uma fonte ligada à empresa disse ser possível que um produto de assinatura nunca seja lançado.