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Alemanha: milhares protestam em Colônia contra partido nacionalista AfD

Cerca de 50 mil manifestantes foram para a frente de convenção do partido de extrema direita

A convenção do partido nacionalista Alternativa para a Alemanha (Afd) em um hotel de Colônia, no oeste da Alemanha, foi ofuscada por manifestações do lado de fora do local. Cerca de 50 mil manifestantes eram esperados para o protesto e 4 mil agentes de polícia foram mobilizados em Colônia para evitar qualquer escalada de violência. A rede de televisão do oeste da Alemanha WDR informou que milhares de manifestantes protestavam na cidade mas que um porta-voz da polícia disse ainda não ter uma estimativa sobre o número de participantes.

Manifestantes feriram um policial na manhã de sábado (22) ao tentar bloquear o hotel onde se reuniram cerca de 600 membros do AfD. A agência de notícias alemã dpa informou que os membros do AfD somente conseguiam entrar no centro de convenções com proteção policial maciça porque centenas de manifestantes tentaram evitar a passagem.

Na convenção, Frauke Petry, rosto mais conhecido da política nacionalista na Alemanha, convocou os membros da sigla a endossar seu curso mais pragmático em vez de transformar o partido em uma “oposição fundamental”, um apelo que parecia revelar a crescente divisão entre os líderes do partido populista. Falando aos membros do AfD em uma convenção do partido em Colônia, Frauke Petry disse que o partido precisa definir o curso para uma “mudança espiritual-moral” na Alemanha e no restante da Europa.

A convenção ocorre depois de Frauke ter dito que não será a candidata principal de seu partido nas eleições gerais de setembro, um movimento visto por muitos como consequência das lutas internas dos líderes partidários sobre a direção futura do AfD.

Os índices de intenção de voto do AfD subiram com o fluxo de imigrantes para a Alemanha no fim de 2015 e início de 2016. No entanto, eles caíram nos últimos meses à medida que o assunto desapareceu das manchetes e com as disputas internas dentro da sigla que opuseram Frauke e seu marido, Marcus Pretzell, de um lado, e outras figuras seniores do AfD, ainda mais à direita, de outro. Frauke também irritou alguns rivais ao liderar um esforço para expulsar Bjoern Hoecke, líder regional do AfD na Turíngia, depois de ele sugerir que a Alemanha deixasse de reconhecer e expiar o seu passado nazista.

Com sua recusa em se tornar a candidata principal do AfD na quarta-feira, Frauke encerrou meses de especulações sobre suas ambições de liderar os esforços do partido para entrar no Parlamento nacional pela primeira vez nas eleições de 24 de setembro na Alemanha. No entanto, ela não indicou planos de deixar a presidência do partido. Fonte: Associated Press.