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Americanos da Costa Leste fazem corrida aos postos de combustíveis

Motoristas americanos da Costa Leste dos Estados Unidos fizeram uma corrida aos postos de combustíveis…

Motoristas americanos da Costa Leste dos Estados Unidos fizeram uma corrida aos postos de combustíveis na noite desta terça-feira (11). O movimento esgotou os estoques na região.

A ida desenfreada aos postos foi movida pelo pânico de motoristas nas regiões da Carolina do Norte, Carolina do Sul, Virgínia e Geórgia após o quinto dia de fechamento da rede da Colonial Pipeline, que abastece o leste dos país com um combustível refinado na costa do Golfo do México.

A corrida aos postos de gasolina ocorreu mesmo com os apelos de políticos aos motoristas para que mantivessem a calma, além de garantias da Colonial Pipeline, a operadora dos oleodutos, de que as operações estariam substancialmente restauradas até o final desta semana.

Mais de 40% dos postos de combustíveis em Atlanta, no estado da Geórgia, tinham esgotado os estoques na terça-feira, de acordo com a GasBuddy, que fornece informações sobre o setor.

A mesma situação de escassez é válida para 61% dos postos de Wilmington, na Carolina do Norte, e para 37% dos postos de Myrtle Beach, na Carolina do Sul.

“A situação parece estar se deteriorando rapidamente à medida que o pânico cresce”, disse Patrick De Haan, diretor de análise de petróleo na GasBuddy.

A Carolina do Norte foi o estado mais afetado, com um em cada sete postos de gasolina esgotando seus estoques.

Roy Cooper, governador do estado, pediu aos motoristas que mantivessem a calma, afirmando que “[a Colonial] está trabalhando dobrado” para restaurar as operações do oleoduto.

“Denunciem preços abusivos e por favor não corram aos postos para encher seus tanques”, disse o governandor no Twitter.

Os apelos não surtiram efeito em certas áreas do país. As imagens que circulavam na rede social mostravam motoristas enchendo embalagens descartáveis de combustíveis e formando filas nos postos.

O oleoduto da Colonial está fechado desde sexta-feira (7), quando o FBI, serviço federal de investigações dos Estados Unidos, confirmou um ataque em busca de pagamento de resgate por um grupo de hackers chamado DarkSide.

A rede de oleodutos Colonial Pipeline tem 8,8 mil quilômetros e transporta gasolina, diesel e combustível de aviação das refinarias do Golfo do México à costa leste dos Estados Unidos.

Jennifer Granholm, secretária americana da Energia, disse que o presidente-executivo da companhia operadora dos oleodutos havia dado a entender que “até o final do dia útil [desta quarta-feira], a Colonial estará em posição para decidir quanto ao reinício completo das operações”.

“Mas mesmo depois que a decisão for tomada, será preciso alguns dias para que as operações voltem ao ritmo normal”, ela acrescentou.

Em um esforço por aliviar a crise, o governo dos Estados Unidos já invocou poderes de emergência para suspender o limite de horas de trabalho de caminhoneiros, a fim de expandir as entregas de combustível por via rodoviária. A isenção foi estendida a um 18º estado ainda na terça-feira.

O Departamento do Transporte americano também declarou que estava estudando isentar as transportadoras da Lei Jones, que requer o uso de navios de bandeira americana para o transporte de cargas entre portos dos Estados Unidos, o que permitiria que navios-tanque estrangeiros transportassem combustível da costa do Golfo do México aos estados do leste do país.

Os contratos futuros de gasolina para entrega em junho nos Estados Unidos mantiveram-se em geral inalterados desde que a paralisação começou.

Os operadores parecem estar apostando que a oferta retornará ao normal. Mas os preços nas bombas de gasolina subiram acentuadamente. O preço médio nacional da gasolina chegou a US$ 79 (R$ 4,13) por litro na terça-feira, de acordo com a AAA, uma associação nacional de motoristas.

É o preço mais alto desde novembro de 2014.

Os estados do sudeste dos Estados Unidos continuam a estar entre os mercados mais baratos de gasolina, disse a AAA, mas os preços também estão subindo, por lá.

Em 30 de abril, o sudeste dos Estados Unidos tinha 23,8 milhões de barris de gasolina estocados, 9% a menos que a média, de acordo com a Administração de Informações sobre Energia do governo americano.

Os atacadistas de combustível podem recorrer a esses estoques até que os serviços dos oleodutos, que respondem por 45% do combustível consumido na costa leste, sejam restaurados.

Mas “em muitos casos surgiu demanda duas ou três vezes maior que a normal”, por conta da reação dos consumidores aos distúrbios no abastecimento, disse Jeff Lenard, vice-presidente de iniciativas estratégicas da NACS, uma associação de proprietários de lojas de conveniência.

“As pessoas estão preocupadas sobre onde abastecerão seus carros quando o tanque esvaziar, e por isso preferem completar os tanques já”.