ECONOMIA

BC faz nova intervenção no câmbio, mas dólar sobe e chega a R$ 6,20

A alta tensão do dólar pode ser entendida por preocupações com a situação fiscal do Brasil

Banco Central aponta disparada do dólar (Foto: Reprodução/Freepik)

O dólar encerrou o dia estável nesta terça-feira (17), após oscilações significativas ao longo da tarde. A moeda chegou a atingir a marca histórica de R$ 6,20, mas se distanciou das máximas após intervenções do Banco Central e declarações políticas.

Na máxima do dia, o dólar caiu R$ 6,207. A moeda americana já vinha mostrando sinais de desaceleração quando o Banco Central realizou um segundo leilão à vista, no qual foram vendidos US$ 2.015 bilhões. Após a operação, o valor caiu para R$ 6.169 por volta das 13h. Entretanto, o dólar voltou a se valorizar nas horas seguintes, encerrando o dia a R$ 6,0982, uma alta de 0,10%.

A alta tensão do dólar pode ser entendida por preocupações com a situação fiscal do Brasil. A falta de garantias sobre a aprovação do pacote de corte de gastos pelo Congresso gerou insegurança no mercado. O temor é que o governo não consiga viabilizar as medidas fiscais permitidas, agravando o cenário de incerteza e afetando a confiança dos investidores.

Durante o dia, o Banco Central realizou três leilões de venda de dólares, a fim de estabilizar a cotação da moeda. No total, foram vendidos US$ 5,91 bilhões desde sexta-feira (13/12), mas mesmo com as intervenções, o dólar manteve uma trajetória volátil. Além disso, o BC também anunciou uma realização de leilões de swap cambial, uma medida adicional para controlar as oscilações.

A ata da reunião de política monetária do Banco Central, divulgada no início do dia, indicou que o BC está atento ao impacto de fatores como a inflação, o câmbio e a política fiscal nas expectativas do mercado. A expectativa é de mais aumentos na taxa Selic, que pode exercer pressão sobre o câmbio.

No cenário internacional, os investidores aguardam a decisão da Reserva Federal, que deve reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual. Uma atenção será focada também nas projeções do banco central norte-americano para o próximo ano, o que pode influenciar a dinâmica do mercado global e impactar o câmbio brasileiro.

Fechamento do dia

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 6,09, uma variação negativa de 0,07%. Na B3, o contrato de dólar futuro recuou 0,84%, cotado a R$ 6,107. Já o dólar turismo teve uma cotação de venda de até R$ 6,28.

Com o avanço de 1,56% no mês e 25,59% no ano, a moeda americana segue refletindo a instabilidade fiscal interna e o cenário global de incertezas, mantendo o mercado em alerta para os próximos movimentos da economia.