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Bebê é resgatado dos escombros de terremoto após mãe dar à luz e morrer, na Síria; vídeo

As mortes na Síria e na Turquia ultrapassaram 5 mil

Presa sob um prédio que desabou em Alepo, na Síria, uma grávida deu à luz seu filho nos escombros após o terremoto desta segunda-feira (6), que também causou milhares de mortes na Turquia. O recém-nascido sobreviveu e foi resgatado com vida, mas sua mãe não resistiu, relataram ativistas locais, segundo a emissora americana CBS News. Um vídeo mostra o momento do resgate.

As mortes na Síria e na Turquia desde o terremoto de magnitude 7,8, além de vários tremores secundários, ultrapassaram 5 mil nesta terça-feira. A Organização Mundial da Saúde (OMS) descreveu as operações de resgate como uma “corrida contra o tempo”.

Com base nos mapas da região afetada, a OMS afirmou que “23 milhões de pessoas estão expostas às consequências do terremoto, incluindo cinco milhões de pessoas vulneráveis”.

“A OMS está ciente da forte capacidade de resposta da Turquia e considera que as principais necessidades não atendidas podem estar na Síria, no imediato e a médio prazo”, afirmou a diretora da OMS Adelheid Marschang ao conselho executivo da agência da ONU.

O secretário-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou para a a urgência da situação. “Agora é uma corrida contra o tempo. A cada minuto que passa, a cada hora que passa, diminuem as chances de encontrar sobreviventes”.

O resgate do bebê ocorreu poucas horas depois que uma organização voluntária síria compartilhou um vídeo mostrando outra criança sendo retirada com vida dos detritos na vila de Qatma.

https://twitter.com/SyriaCivilDef/status/1622616285434589185?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1622616285434589185%7Ctwgr%5E91f4ae0057c1e6430d3eaceaf388ccdaac46b370%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fextra.globo.com%2Fnoticias%2Fmundo%2Fterremoto-bebe-resgatado-dos-escombros-apos-mae-dar-luz-morrer-na-siria-video-25656379.html

Bombeiros trabalham mesmo sem ferramentas

Em vários momentos sem ferramentas, os bombeiros prosseguiram com a dramática busca por sobreviventes durante a noite, desafiando o frio, a chuva ou a neve, assim como o risco de novos desabamentos.

Em Hatay, sul da Turquia, as equipes de emergência resgataram com vida uma menina de 7 anos que estava bloqueada sob uma montanha de escombros.

— Onde está minha mãe? — perguntou a criança, com um pijama de cor rosa manchado pela poeira, no colo de um socorrista.

As condições meteorológicas na região de Anatolia dificultam os trabalhos de resgate e prejudicam as perspectivas dos sobreviventes, que se aquecem em tendas ou em fogueiras improvisadas.

Terremoto pressiona ONGs e países ocidentais a ajudar a Síria

O terremoto na Turquia e na Síria aumenta a pressão sobre organizações humanitárias e países ocidentais para ajudar a população síria, especialmente na zona rebelde de Idlib, no norte do país.

Horas depois do tremor desta segunda-feira, que deixou milhares de mortos e feridos, a comunidade internacional se mobilizou pela Turquia, enviando rapidamente ajuda de emergência. Países como França, Alemanha e Estados Unidos também prometeram ajudar as vítimas sírias, mas sem enviar ajuda imediata.

“A Síria continua sendo uma área sombria, do ponto de vista legal e diplomático”, avalia Marc Schakal, chefe do programa de Médicos Sem Fronteiras (MSF) focado na Síria, pedindo que a ajuda seja enviada “o mais rápido possível”.

Schakal teme que ONGs locais e internacionais se vejam sobrecarregadas em um país devastado por quase 12 anos de guerra civil que opõe uma multidão de lados – forças governamentais, rebeldes, jihadistas e curdos, entre outros – e na qual estão presentes tropas de vários países estrangeiros.

O governo de Bashar al-Assad, apoiado pelo Irã e pela Rússia, está isolado internacionalmente e sujeito a inúmeras sanções.

A ajuda é crucial porque “a situação da população já era dramática”, insiste o professor Raphaël Pitti, responsável pela ONG francesa Mehad, que está especialmente preocupado com a província de Idlib.

Um dos principais problemas é o acesso a este último reduto controlado por rebeldes e jihadistas, onde vivem 4,8 milhões de pessoas, diz o especialista.

Quase toda a ajuda humanitária que chega a esta região da Turquia passa por Bab al Hawa, o único ponto de acesso, obtido por resolução da ONU.