PESQUISA

Beber água estimula o mesmo mecanismo de prazer do sexo, diz estudo

Pesquisadores descobriram que cérebro libera dopamina em resposta à hidratação

Beber água estimula o mesmo mecanismo de prazer do sexo, diz estudo (Foto: Pixabay)

Sabe aquela sensação de bem-estar ao beber um copo de água depois de muito tempo com sede? Esse é o resultado do seu cérebro liberando dopamina, um neurotransmissor associado ao sistema de recompensa do corpo e um dos responsáveis pela sensação de prazer durante o sexo.

Um estudo recente publicado na revista Nature descobriu que o cérebro libera dopamina em resposta à hidratação. Pesquisadores da Universidade da Califórnia e do Howard Hughes Medical Institute, ambos em São Francisco, nos Estados Unidos, fizeram experimentos com camundongos sedentos e descreveram os resultados no artigo científico.

Cientistas já sabiam que o cérebro libera dopamina quando uma pessoa come algo que gosta, principalmente alimentos doces ou gordurosos. Neste novo trabalho, os pesquisadores descobriram que outra parte do cérebro libera o neurotransmissor — desta vez quando o cérebro está hidratado.

Para analisar a produção de dopamina após a ingestão de água, os pesquisadores deixaram os camundongos com sede e usaram uma tecnologia para monitorar as ondas que vinham da área tegmental ventral (VTA) no cérebro, um meio de medir quanta dopamina está sendo produzida.

No experimento, os cientistas observaram que os níveis de produção de dopamina aumentaram assim que os camundongos começaram a beber água. Mas o que surpreendeu os cientistas foi descobrir que, 10 minutos depois da ingestão do líquido, os níveis de dopamina aumentaram novamente — coincidindo com a quantidade de tempo que levou para a água que eles bebiam chegar ao cérebro.

Os pesquisadores então repetiram o experimento, mas adicionaram sal à água. Neste novo experimento, o segundo aumento na dopamina foi muito menor devido ao impacto desidratante do sal.

Dopamina

Os pesquisadores então analisaram se o segundo aumento na produção de dopamina teve um impacto duradouro nos camundongos. Eles deram aos animais uma escolha de garrafas de água de cores diferentes — ambas eram água pura, mas quando os camundongos beberam da segunda garrafa, os cientistas injetaram uma pequena quantidade de sal em seu intestino.

Após várias sessões de treinamento, os pesquisadores perceberam que os camundongos começaram a preferir a água que não estava associada a uma injeção de sal. Eles sugerem que isso indica que a produção de dopamina no VTA ajuda os camundongos a aprender qual líquido beber ou qual comida comer, para garantir que eles recebam água suficiente.