Brasil vai manter linha de não intervenção na Venezuela, afirma Mourão
Vice-presidente está na Colômbia para reunião do Grupo de Lima
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, já está em Bogotá para participar da reuniçao do Grupo de Lima, que discute saídas para a crise venezuelana.
– Vamos manter a linha de não intervenção, acreditando na pressão diplomática e econômica para buscar uma solução. Sem aventuras – disse Mourão ao jornalista Gerson Camarotti, da TV Globo.
O Brasil defenderá entre os países do grupo uma maior pressão diplomática e econômica para o isolamento internacional do regime Maduro.
O Grupo de Lima, que se reúne hoje em Bogotá, é formado por 14 países americanos e caribenhos. A reunião de hoje deverá ter as presenças do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, e do próprio Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e que se autoproclamou presidente do país.
NEGOCIAÇÕES NA FRONTEIRA
O governo brasileiro informou na noite deste domingo que negociou com militares venezuelanos para diminuir a tensão na fronteira com o país vizinho. Segundo nota divulgada pelo Ministério da Defesa, ações foram tomadas pelos dois lados. Na Venezuela, o acordo resultou no recuo dos chamados veículos anti-distúrbios. Já no Brasil, a decisão envolveu, de acordo com o comunicado, reforçar o controle dos imigrantes venezuelanos para evitar novos confrontos.
Segundo a nota, a decisão de retirar os veículos da fronteira foi tomada após conversa com militares da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). “Militares brasileiros e venezuelanos negociaram, no local, e foi entendida a inconveniência da presença desse tipo de aparato militar”, diz o documento.
A pasta informou ainda que a fronteira continua aberta para acolher refugiados. “O Ministério da Defesa reitera a confiança numa solução urgente para a situação na Venezuela”, completa o comunicado.
O pronunciamento do Ministério da Defesa ocorreu após um fim de semana tenso na fronteira com a Venezuela, em Roraima. Houve confronto entre manifestantes e militares venezuelanos, que responderam com bombas de gás lacrimogênio aos ataques com pedras. O vice-presidente Hamilton Mourão e o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, embarcaram para a Colômbia, onde representantes do Grupo de Lima, que reúne 14 países latino-americanos, discutirão a crise na Venezuela.