Covid-19: Itália proíbe voos do Brasil contra nova variante de vírus
O ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, assinou uma portaria que bloqueia os voos…
O ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, assinou uma portaria que bloqueia os voos do Brasil. Ele também proíbe a entrada de quem passou pelo país nos últimos 14 dias.
“Quem já está na Itália, vindo daquele território, é obrigado a fazer um teste entrando em contato com os departamentos de prevenção”, escreveu o ministro no Facebook. “É vital que nossos cientistas possam estudar a nova variante em profundidade. Vamos escolher o caminho da máxima prudência”.
A variante do vírus Sars-CoV-2 denominado “P.1” é conhecida na Itália como “brasileira” e preocupa particularmente a comunidade científica. O governo do Reino Unido também já fechou as fronteiras ao Brasil.
Pesquisadores no Brasil acreditam que a nova variante do coronavírus identificada no Amazonas pode estar por trás do caos vivido nos últimos dias em Manaus.
O sistema de saúde da capital do Amazonas sofre nos últimos dias com a falta de oxigênio, de leitos de UTI e equipamentos para lidar com o forte aumento no número de internações.
Pacientes estão sendo transferidos para outros Estados e o governo amazonense está convocando a ajuda de empresas para fornecer oxigênio e materiais para os hospitais.
Segundo Felipe Naveca, cientista da Fundação Oswaldo Cruz no Amazonas que liderou as pesquisas sobre a cepa, a nova variante do coronavírus teve origem “sem dúvida” na Amazônia.
Ele disse à correspondente da BBC na América do Sul, Katy Watson, que a nova variante mostrou algumas das mesmas mutações que as novas variantes detectadas no Reino Unido e na África do Sul – e “algumas dessas mutações foram associadas a um aumento da transmissão e isso é preocupante”.
Em entrevista para a agência AFP, Naveca disse: “Existe essa possibilidade (de a nova variante ter maior poder de contágio), eu não posso garantir que isso já esteja ocorrendo, mas existe por conta das mutações que ela apresentou na posição 484 e 501, são mutações que são associadas a esse potencial de mais transmissão. Então muito provavelmente sim.”
As implicações mais importantes dizem respeito à transmissibilidade e a eventual resistência às vacinas, sobre a qual, por enquanto, há um otimismo cauteloso de várias partes da comunidade científica.