SAÚDE

Especialistas defendem que recém-nascidos devem ser alimentados com mamadeira de fezes

Estudo comparou 15 bebês que foram alimentados com fezes maternas com 15 bebês que receberam um placebo

Bebês recém-nascidos receberam mamadeira com fezes maternas (Foto: Freepik)

Especialistas apontam que recém-nascidos devem ser alimentados com uma “mamadeira de cocô’ logo após o nascimento. Um estudo apresentado no dia 18 de outubro durante a IDWeek, um encontro nacional de epidemiologistas nos Estados Unidos, revelou que alimentar um récem-nascido por cesárea com leite que contém uma pequena quantidade das fezes da mãe pode acelerar o desenvolvimento do microbioma digestivo da criança e ajudar na prevenção de doenças na primeira infância.

Esse método, conhecido como transplante de fezes, foi testado por pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia. O estudo soma evidências de que as fezes maternas podem ter efeitos positivos na microbiota de crianças que não nasceram de parto normal.

Nos últimos anos, pesquisas mostraram que crianças nascidas por parto normal apresentam vantagens imunológicas em comparação com aquelas nascidas por cesárea. Os especialistas acreditam que o contato com a mucosa vaginal da mãe ativa a resposta imunológica das crianças mais cedo.

Embora o tempo de resposta imunológica não seja crucial para a maioria dos bebês, ele pode fazer diferença para aqueles que estão em maior risco de desenvolver comorbidades. Com isso em mente, os pesquisadores procuraram maneiras de induzir uma resposta mais rápida em crianças nascidas por cesárea, o que inclui a “mamadeira de coco”.

No estudo, 3,5 mg de fezes maternas foram diluídos na mamadeira de 15 bebês recém-nascidos, enquanto outros 15 bebês receberam um placebo. Ambos os grupos foram acompanhados por seis meses, com exames de fezes periódicos. Os resultados mostraram que os bebês que receberam a mamadeira de coco apresentaram uma flora intestinal muito mais complexa do que aqueles que receberam o placebo.

Os especialistas enfatizaram que essa técnica deve ser realizada por pesquisadores de forma controlada e que não é recomendada para usos caseiros.