O exército dos Estados Unidos admitiu ter atacado acidentalmente forças do governo sírio, mas garantiu ter interrompido a operação após ter sido informado pela Rússia de que as bombas poderiam ter atingido forças do governo sírio. Segundo o exército, os ataques tinham como alvo o Estado Islâmico.
A declaração do Comando Central dos Estados Unidos foi emitida na tarde deste sábado, após a Síria e a Rússia comunicarem o ataque a uma base militar síria próxima do aeroporto de Deir el-Zour, local cercado por militantes do Estado Islâmico. O bombardeio, feito com dois caças F-16 e dois A-10, deixou 62 soldados mortos e mais de 100 feridos.
De acordo com os Estados Unidos, “o ataque aéreo foi imediatamente interrompido quando oficiais da coalizão foram informados por seus pares russos de que era possível que os alvos atingidos fizessem parte do exército sírio”. A nota ainda diz que “as forças da coalizão jamais atacariam intencionalmente uma unidade do exército da Síria”.
Durante os cinco anos de guerra civil na Síria, não há indícios de que os Estados Unidos tenham atacado diretamente as forças do presidente sírio Bashar Assad, mas o ocorrido de hoje deixou o governo indignado. A Síria fala em um “ataque grave e flagrante na Síria e seus militares” e diz que o ato foi “uma prova do apoio dos EUA ao Daesh e outros grupos terroristas”. Daesh é o acrônimo árabe para o Estado Islâmico.
O ataque supostamente acidental acontece na mesma semana em que os Estados Unidos e Rússia iniciaram um acordo de cessar-fogo na Síria. Apesar de dezenas de violações, o acordo vem se mantendo, mesmo com a Organização das Nações Unidas (ONU) acusando o governo sírio de impedir a chegada de ajuda humanitária na cidade de Alepo, a mais fragilizada pela guerra. O governo sírio por outro lado, diz ter feito todo o esforço necessário para facilitar a chegada de ajuda, mas grupos rebeldes teriam colocado fogo nas rotas que levam até Alepo.