Estados Unidos aprovam uso emergencial da vacina da Pfizer contra covid-19
Em sua decisão, a FDA entendeu que o imunizante da Pfizer "atende aos critérios legais para emissão nos EUA
A FDA (Food and Drug Administration), agência de regulação de medicamentos dos Estados Unidos, aprovou na noite de sexta-feira (11) a liberação do uso emergencial da vacina contra a covid-19 produzida pelas companhias farmacêuticas Pfizer e BioNTech. Até agora, apenas quatro países haviam aprovado uso da vacina da Pfizer: Reino Unido, Canadá, Bahrein e México.
Em sua decisão, a FDA entendeu que o imunizante da Pfizer “atende aos critérios legais para emissão nos EUA” e que “a totalidade dos dados disponíveis fornece evidências claras de que a vacina pode ser eficaz na prevenção da covid-19”.
Logo após o anúncio da associação, o presidente dos EUA, Donald Trump, postou um pronunciamento em sua conta no Twitter, enaltecendo a decisão. “Nosso país atingiu um milagre da medicina”, disse.
A FDA classificou a aprovação como um marco significativo no combate à doença. “A autorização do FDA para o uso de emergência da primeira vacina covid-19 é um marco significativo na luta contra esta pandemia devastadora que afetou tantas famílias nos Estados Unidos e em todo o mundo”, disse o comissário da FDA, Stephen M. Hahn, em comunicado publicado no site da agência.
“Hoje a ação segue um processo de revisão aberto e transparente que incluiu contribuições de especialistas independentes científicos e de saúde pública e uma avaliação completa pelos cientistas de carreira da agência para garantir que esta vacina atendesse aos rigorosos padrões científicos da FDA para segurança, eficácia e qualidade de fabricação necessária para apoiar o uso de emergência autorização. O trabalho incansável para desenvolver uma nova vacina para prevenir esta doença nova, séria e com risco de vida em um período de tempo acelerado após seu surgimento é um verdadeiro testemunho da inovação científica e da colaboração público-privada em todo o mundo”, acrescentou, em seguida.
No Twitter, o presidente Donald Trump —que havia pressionado mais cedo a agência a aprovar até o fim do dia ameaçando o chefe da FDA, Stephen Hahn, de demissão— publicou vídeo comemorando a notícia sobre a liberação da vacina.
No vídeo, Trump agradeceu a todos os cientistas que possibilitaram a distribuição da vacina nos Estados Unidos hoje e garantiu que as primeiras doses serão aplicadas em menos de 24 horas.
“A primeira vacina será dada em menos de 24 horas. Por meio de nossa parceria com a FedEx e a UPS, já começamos a enviar a vacina para todos os estados e códigos postais do país”, ressaltou ele. “Queremos que os nossos idosos, profissionais de saúde e socorristas sejam os primeiros da fila. Isso reduzirá rápida e drasticamente as mortes e hospitalizações”.
15,8 milhões de infectados
A recomendação para o uso emergencial em território americano ocorre dois dias depois de o país registrar 3.034 mortes em decorrência da covid-19 somente nas últimas 24 horas, de acordo com dados compilados pela página de monitoramento da Universidade Johns Hopkins.
Essa foi a primeira vez que os EUA registram mais de 3 mil óbitos em um único dia, segundo informaram as redes de TV americanas CNN e NBC News. A média diária é de 2.230 óbitos desde o início da pandemia.
Até agora, os Estados Unidos são, de longe, o país mais afetado pela pandemia da covid-19 no mundo: foram 15.820.714 casos do novo coronavírus e 294.715 mortes em decorrência da doença, segundo a Johns Hopkins. Em seguida, em número de casos, aparecem a Índia (com 9.796.769 casos e 142.186 mortes) e o Brasil (com 6.836.313 casos e 180.453 mortes, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte).
Segundo a CNN, as autoridades locais continuam preocupadas com o número de pacientes de covid-19 internados e a capacidade dos hospitais de encontrar quartos suficientes. Na última quarta-feira, o estado Califórnia bateu recordes em casos, hospitalizações e admissões em UTI. O estado possui apenas cerca de 1.500 leitos de UTI disponíveis.
As principais autoridades de saúde do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, traçaram um cronograma no início da semana que prevê distribuir imunizantes contra o novo coronavírus para até 24 milhões de pessoas até meados de janeiro.
Já em meados de março, “a maior parte da população altamente suscetível, cerca de 100 milhões de pessoas” deve ser vacinada, segundo adiantou Moncef Slaoui, o principal conselheiro científico da Operação Warp Speed —programa de desenvolvimento de vacinas do governo Trump.
Nos Estados Unidos, um alerta acompanhará a vacina, anunciou Marion Gruber, da FDA: Não será recomendada para pessoas com alergia a algum de seus ingredientes.
O membro do comitê Paul Offit enfatizou a necessidade de tranquilizar as dezenas de milhões de pessoas alérgicas a ovos ou amendoim.
Eficácia é de 95%
A FDA já havia confirmado no início da semana que a vacina experimental para a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana apresentou eficácia de 95% após a segunda dose, de acordo com os resultados da fase 3 dos testes clínicos.
Em uma análise divulgada hoje, a FDA ressaltou que as companhias forneceram informações adequadas para “garantir a qualidade e consistência da vacina para a autorização do produto nos EUA”.
A agência também confirmou que o imunizante funcionou independentemente da idade, peso ou raça do voluntário. A Pfizer e a BioNTech pediram a autorização para uso emergencial do produto nos EUA no dia 20 de novembro.