O secretário de Defesa dos EUA, Ash Carter, disse neste sábado que mais 200 soldados americanos estão sendo enviados para a Síria para ajudar os curdos e os combatentes árabes a retomar Al Raqqa, a fortaleza chave do grupo Estado Islâmico.
Entre os soldados estão efetivos das forças de operações especiais, que se juntarão aos 300 militares norte-americanos que já ajudam no esforço de recrutamento, organização, treinamento e aconselhamento das forças sírias locais nos combates contra o grupo extremista.
Dirigindo-se a uma conferência de segurança no Bahrein, Carter também cutucou os parceiros norte-americanos do Oriente Médio por falhar em fornecer mais músculos para a campanha que visa derrotar o Estado Islâmico e combater o extremismo. Sem mencionar nomes, Carter sugeriu que os EUA foram alvo de críticas falsas das “potências regionais aqui no Oriente Médio” por não fazer mais para ajudar a combater o extremismo. “Eu gostaria que imaginassem o que os líderes militares e de defesa dos EUA pensam quanto têm de ouvir as queixas de que devemos fazer mais, quando é claro que muitas vezes os que reclamam não estão fazendo o suficiente eles mesmos”, disse.
Ele afirmou que não é irracional para Washington esperar que os poderes regionais que se opõem ao extremismo no Oriente Médio façam mais para ajudar a combatê-lo, “particularmente nos aspectos políticos e econômicos da campanha”.
Carter observou que muitos países sunitas liderados pelo Golfo expressaram preocupação com a propagação da influência iraniana na região. “O fato é que, se os países da região estiverem preocupados com as atividades desestabilizadoras iranianas – preocupação que os Estados Unidos compartilham – precisam entrar no jogo. Isso significa levar a sério começar uma parceria com os outros e investir nas capacidades certas para a ameaça.”
O secretário norte-americano afirmou que os 200 soldados extras que estão indo para a Síria vão ajudar as forças locais em sua pressão para retomar Raqqa, a capital de fato do auto denominado califado do Estado Islâmico. Ele disse que o presidente Barack Obama aprovou o envio de mais de soldados na semana passada.
“Estes operadores excepcionalmente qualificados irão se juntar aos 300 de operações especiais das forças armadas dos EUA na Síria, para continuar organizando, treinando, equipando e aconselhando forças locais capazes e motivadas”, disse Carter em seu discurso ao IISS Manama Dialogues, na capital do Bahrein. “Combinando nossas capacidades com as de nossos parceiros locais estamos apertando o Estado Islâmico, aplicando pressão simultânea de todos os lados e domínios, através de uma série de ações deliberadas para construir um momentum”, disse.
A pressão militar é complicada pelo papel predominante desempenhado pelos combatentes curdos, que são o parceiro americano mais eficaz contra o grupo extremista na Síria, mas são vistos pela Turquia – um aliado fundamental dos EUA – como uma ameaça terrorista.
Um oficial de defesa sênior disse que o aumento no número de soldados anunciado por Carter dará capacidade adicional para treinar voluntários árabes que estão se juntando aos combates em Raqqa mas não estão bem treinados ou equipados.