França amplia número de cidades em alerta máximo contra a Covid-19
Ao todo, França já tem seis cidades em nível máximo de alerta, onde bares devem ser fechados e restaurantes funcionarão apenas com capacidade reduzida
O ministro da Saúde da França, Olivier Véran, anunciou nesta terça-feira que mais quatro cidades francesas vão entrar, a partir de sábado de manhã, em estado de alerta máximo devido ao aumento de novos casos do coronavírus na região. São elas Lille, Grenoble, Lyon e Saint-Etienne, que passaram a ficar na mesma categoria que já estavam Paris e Marseilha.
A partir de sábado, segundo o anúncio de Véran, todos os bares serão fechados, mas restaurantes poderão permanecer abertos desde que respeitem as medidas de segurança, como limitar grupos a no máximo seis pessoas, e registrar os nomes e os números de telefone dos clientes para facilitar o rastreio de possíveis contágios. Academias permanecerão fechadas e eventos com mais de mil pessoas continuarão proibidos, assim como encontros com mais de dez pessoas em espaços públicos.
De acordo com o governo francês, o alerta máximo é decretado quando há, em uma semana, mais 250 novos casos de Covid-19 por 100 mil habitantes, uma incidência alta da doença em pessoas com mais de 65 anos e 30% dos pacientes com a Covid-19 em terapia intensiva.
As medidas restritivas acompanham o aumento no número de novos casos do coronavírus na Europa. De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC, na sigla original), 13 países, entre eles a França, possuem uma incidência de novas infecções pelo vírus acima dos 120 casos a cada 100 mil habitantes, na média dos últimos 14 dias — taxa considerada extremamente alta.
Desses, nove registraram um recorde de novas contaminações na última semana, de acordo com dados da universidade americana Johns Hopkins. São eles: França, República Tcheca, Holanda, Bélgica, Reino Unido, Eslováquia, Romênia, Áustria e Hungria.
Os governos tentam diminuir o contágio do vírus restringindo, por exemplo, atividades noturnas e a locomoção entre regiões, além de impor um limite de pessoas que podem se encontrar nas ruas. No entanto, eles resistem de impor uma nova quarentena nacional, temendo causar outro colapso econômico.
Em relação às vítimas fatais da doença, a Europa vem registrando, há cerca de um mês, um leve aumento no número de óbitos, desde a semana de 24 de agosto até a de 28 de setembro — ainda não há dados suficientes sobre a semana de agora. Segundo o balanço da Organização Mundial de Saúde, nesse período foram registradas 23.708 mortes. O maior aumento aconteceu na semana de 14 de setembro, quando houve um salto de 24,7% em comparação a semana anterior.
Mas, apesar da recente alta, a situação passa longe de quando houve a primeira onda do coronavírus no continente, onde, no auge da doença, 28.790 pessoas morreram em apenas uma semana, no início de abril.