França começa retirada de imigrantes e refugiados de campo de Calais
De acordo com as autoridades, há cerca de 6.500 imigrantes e refugiados no local. Grupos humanitários afirmam que há mais de 8.300 pessoas
O governo da França começou nesta segunda-feira (24) a desmontar o campo de refugiados de Calais, conhecido como “A Selva”, no Canal Inglês, que se tornou um símbolo da falha da Europa em administrar o fluxo de imigrantes e refugiados em suas fronteiras.
Centenas de refugiados e imigrantes carregando seus poucos pertences formaram filas para entrar em ônibus estacionados na parte externa do campo.
Observados de perto por mais de 1.200 policiais, os primeiros de centenas de ônibus chegaram para começar a transferir os imigrantes e refugiados para centros de recepção ao redor da França, aonde eles poderão fazer pedidos de asilo. O campo de Calais passará por uma operação de uma semana. Hotéis e até castelos estão entre as centenas de estabelecimentos que as autoridades transformaram em abrigos temporários.
“Essa é uma operação que queremos que seja pacífica e sob controle. Até o momento, ela é”, disse o ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, em Paris.
De acordo com as autoridades, há cerca de 6.500 imigrantes e refugiados em Calais, que buscam chegar ao Reino Unido. Grupos humanitários afirmam que há mais de 8.300 pessoas no local.
O campo de Calais, que cresceu vertiginosamente em 18 meses, era antes tolerado, mas não recebia ajuda do Estado. Grupos humanitários e centenas de voluntários britânicos forneciam matérias para necessidades básicas. O campo se transformou em uma espécie de favela na qual as tensões se desenvolveram, amizades se formaram e grupos de contrabando cresceram.
Tentativas anteriores de resolver a crise no campo de Calais não deram certo, à medida que o fluxo de pessoas chegando à cidade portuária só aumentou. O local é a principal entrada continental da Europa para o Reino Unido.
Desde março, o governo britânico aceitou mais de 100 menores de idade que têm família no Reino Unido, mas se recusou a receber o grande número de imigrantes e refugiados acampados em Calais, além de ter financiado a construção de cercas de segurança para impedir a travessia do canal.