Golpe da ‘menina com câncer’ nas redes sociais rouba mais de US$ 640 mil em doações
Golpistas têm usado o comovente vídeo de uma garotinha supostamente com câncer para pedir doações…
Golpistas têm usado o comovente vídeo de uma garotinha supostamente com câncer para pedir doações e desviar o dinheiro arrecadado. As imagens foram visualizadas mais de 10 milhões de vezes, em diferentes plataformas, e resultaram até o momento no roubo de US$ 640 mil (equivalente a R$ 3,3 milhões).
O caso foi descoberto pelo Laboratório de Ameaças da Avast. De acordo com a empresa de segurança digital, os valores não foram usados para custear qualquer tratamento de saúde.
O golpe, segundo a Avast, funciona a partir dos vídeos publicados sobretudo no YouTube. Procurada, a plataforma não deu retorno até a publicação da reportagem. Nesta quinta-feira, ainda havia vídeos no ar da “menina com câncer“.
As imagens mostram uma criança sentada, com um vestido de hospital e de cabelo raspado. “O tratamento custa muito dinheiro e os meus pais não podem pagá-lo”, diz a criança, enquanto chora. “Por favor, me ajudem a ficar boa. Por favor. Eu não quero morrer”, prossegue.
Adiante, no vídeo, há um pedido de doações. Os donativos são feitos por meio de um site de angariação de fundos.
O mesmo vídeo foi publicado várias vezes no YouTube, segundo a Avast. E a mesma menina é apresentada com diferentes nomes, como Alexandra, Ariela, Ksenia ou Barbara.
— Embora não haja como saber quem essa garota realmente é ou qual é a sua situação, temos certeza de que é uma farsa e que os mais de US$ 640.000 já arrecadados não serão usados para o tratamento — diz o analista de Operações de Ameaças da Avast, Pavel Novak.
De acordo com a empresa de segurança digital, alguns elementos ajudaram a identificar o golpe: todos os domínios foram registrados muito recentemente, os vídeos usam endereços de e-mail anônimos (6554997@gmail.com e asd1010850@gmail.com, por exemplo).
— Encontramos uma seleção de vídeos da mesma garota, com apelos em árabe, francês, português, espanhol e hebraico. Vídeos com apelos semelhantes, mas com garotas diferentes, também foram detectados — acrescenta o analista.
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