Governo Trump destaca Brasil como bom exemplo de segurança eleitoral
Presidente dos Estados Unidos assinou decreto que muda regras eleitorais do país

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira (25) um decreto que muda regras eleitorais do país. Ele citou o Brasil e a Índia como bons exemplos de segurança de registro eleitoral. “Apesar de ter sido pioneiro em autogoverno, os EUA agora falham em aplicar proteções eleitorais básicas e necessárias empregadas por nações modernas e desenvolvidas, assim como por aquelas ainda em desenvolvimento. Índia e Brasil, por exemplo, estão vinculando a identificação de eleitores a um banco de dados biométrico, enquanto os EUA em grande parte dependem da autodeclaração de cidadania”, diz o decreto logo na abertura.
A menção ao Brasil toca em um dos pontos mais relevantes da mudança promovida pelo decreto: a exigência de prova de cidadania para votar. Em meio a acusações de que o pleito que perdeu —e o que ganhou— foi fraudado, Trump insiste que imigrantes em situação ilegal no país teriam ido às urnas, algo que não é permitido nos EUA e pode resultar em condenação, multa e deportação.
- Trump promete tarifa de 25% a países que compram petróleo da Venezuela
O decreto critica a falta de verificação eficaz da cidadania por parte dos estados e aponta falhas na fiscalização pelo Departamento de Justiça. Em eleições anteriores, Trump já havia questionado a regularidade do processo eleitoral, alegando que teria vencido Hillary Clinton no voto popular em 2016, não fossem supostos votos irregulares de imigrantes.
Embora estudos mostrem que o número de não cidadãos que tentam votar seja insignificante, uma pesquisa do instituto Ipsos indicou que um terço dos americanos acreditava nessa possibilidade antes das eleições de 2024. Entre republicanos, o percentual chegava a 65%.
Trump também menciona práticas de outros países que considera mais seguras, como a contagem pública de cédulas de papel na Alemanha e no Canadá. Além disso, ameaça cortar financiamento federal de estados que não seguirem as regras federais de registro eleitoral.
A medida gerou reações de grupos de direitos civis, que alertam para o risco de privação do direito ao voto para milhões de cidadãos sem documentação adequada. A Constituição dos EUA concede aos estados autoridade sobre eleições, o que pode levar o decreto a ser contestado na Justiça, aumentando os embates entre Trump e o Judiciário.
- Tarifa de Trump é injustificável e Brasil pode ir à OMC, diz governo Lula