POLÍCIA

Haiti procura ex-senador e informante dos EUA suspeitos de morte do presidente

Outro informante da DEA já está preso; ex-funcionário de órgão anticorrupção também é procurado

Jovenel Moïse, presidente do Haiti que foi assassinado (Foto: Wikipédia)

A polícia do Haiti procura mais cinco suspeitos de assassinar o presidente Jovenel Moïse, entre eles um ex-senador, um informante do governo americano e um ex-agente do órgão anticorrupção do país. O governo diz que os suspeitos estão armados e são perigosos.

O presidente do Haiti, Jovenel Moïse, 53, foi morto a tiros em sua residência privada na madrugada do último dia 7. A primeira-dama do país foi ferida e levada para tratamento médico em Miami, nos EUA.

Um dos procurados pela polícia é John Joël Joseph, ex-senador haitiano, opositor do Tet Kale, partido de Moïse. Em vídeo publicado na internet no ano passado, Joseph compara o presidente ao coronavírus e diz que os haitianos morrem de fome ou pela violência em sua gestão. A polícia não detalhou qual seria a participação dele no crime.

Um segundo suspeito procurado foi identificado como Joseph Felix Badio, ex-funcionário da Unidade de Luta Contra a Corrupção, do governo haitiano. O órgão publicou comunicado na terça-feira (14), em que diz que Badio trabalhou lá entre 2013 e maio deste ano, quando foi demitido por “quebrar regras”, sem especificar quais foram.

Rodolphe Jaar, que se apresenta como “Whiskey”, é o terceiro foragido. Segundo a agência de notícias americana Associated Press, Jaar, que é haitiano e não tem cidadania americana, foi condenado por tráfico de drogas na Flórida em 2013 a quatro anos de prisão. Em um pedido de revisão de pena em 2015, a defesa afirmou que ele havia sido um informante secreto do governo por muitos anos e que poderia voltar a cooperar com os agentes federais, segundo a agência.

Ele não é o primeiro informante do governo americano entre os suspeitos de envolvimento no assassinato. Um haitiano-americano que foi preso após o crime era colaborador do órgão de combate ao tráfico de drogas dos EUA, a DEA, e chegou a procurá-los depois do assassinato, segundo informou a agência à emissora CNN.

“Após o assassinato do presidente Moïse, o suspeito procurou seus contatos na DEA. Um funcionário da agência designado para o Haiti instou o suspeito a se render às autoridades locais e, junto com o Departamento de Estado dos EUA, forneceu informações ao governo haitiano que ajudam na rendição e prisão do suspeito e de outro indivíduo”, diz o comunicado da DEA, sem dar o nome do informante preso.

Segundo a agência de notícias Reuters, o informante é Joseph Vincent, 55, haitiano com nacionalidade americana.

O envolvimento da DEA com o crime foi levantado logo após o assassinato, quando começaram a circular vídeos dos criminosos se apresentando como agentes do órgão para entrar na casa de Moïse na madrugada do crime. A participação do departamento, no entanto, foi negada pelo governo americano.

Outro haitiano-americano, James J. Solages, 35, também está preso.

Além deles, um médico que vive na Flórida foi preso no domingo (11) acusado de ser o mandante do crime. Christian Emmanuel Sanon, 63, chegou ao país caribenho em junho, em um jato privado, com um grupo de colombianos que fazia sua segurança, de acordo com informações do governo. Segundo a polícia, Sanon queria prender Moïse para assumir a presidência do país.